Setembro Amarelo: esta causa é de todos nós!

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Saiba mais sobre o Setembro Amarelo e como você pode contribuir com esta importante ação.

 

Desde o dia 01 deste mês tem acontecido no Brasil vários debates e ações sobre um assunto que tem como principal aliado o silêncio: suicídio. O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina, a Associação Brasileira de Psiquiatria e do Centro de Valorização da Vida – CVV – entidade sem fins lucrativos que trabalha com a prevenção do suicídio desde 1962.

O Setembro Amarelo é uma iniciativa recente – iniciou em 2014 -, e que tem ganhado força a cada nova edição. O suicídio é um problema grave, marcado por inúmeros tabus e preconceitos. Tabus e preconceitos que só colaboram com o aumento de casos de suicidas, tanto no Brasil quanto em outros países.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a média mundial de suicídios é de 12 casos para 100 mil habitantes. Já no Brasil, são 6 casos para 100 mil habitantes, metade da média mundial. O que tem preocupado os órgãos de saúde é que os índices brasileiros tem aumentado paulatinamente. No Brasil, 32 pessoas cometem suicídio todo dia. No mundo, são mais de 20 mil suicídios por dia. Isso faz do suicídio um problema mais letal que guerras, homicídios e conflitos juntos. A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas se matam no mundo.

Em 10 anos, o número de casos de suicídio no Brasil cresceu 34%. E se você pensa que o suicídio é problema de adultos, você está enganado. As últimas pesquisas mostram que entre os brasileiros com idade entre 10 e 14 anos, o índice de suicídio aumentou 40%.

Quais as causas do suicídio?

Quando alguém comete suicídio, as pessoas mais próximas buscam justificativas para o ato. A perda de um ente querido, questões econômicas e financeiras, problemas ligados à carreira profissional. Segundo a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), existem outros fatores que culminam no ato suicida.

A psicóloga Vivian Zicker – que coordena o Grupo de Apoio a Enlutados por Suicídio – afirma que a causa do suicídio está, muitas vezes, atrelada a condição mental fragilizada e isso faz com que os fatos vividos tomem dimensões trágicas. Para Zicker, os momentos de dor e sofrimento são como bitucas de cigarro acesas em uma grama. Se for uma grama verde, a bituca vai queimar até que se apague lentamente. Mas, se a bituca cair em uma grama seca, pode haver um pequeno incêndio, como também pode haver um grande incêndio. Na analogia de Zicker, a grama verde é a mente saudável e a grama seca é a mente em situação de fragilidade. Esta fragilidade mental pode ser fatores de saúde mental como depressão, ansiedade; pode ser ainda algum fator de sociabilidade ou até mesmo alguma dor física crônica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 90% das pessoas que cometem suicídio apresentavam sintomas de doenças como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, dentre outras doenças. Pacientes com depressão representam 15% das pessoas que já tentaram suicidar.

Não encarar o suicídio como problema de saúde mental é um dos entraves na sua prevenção. Para a OMS, 90% dos suicídios que acontecem no mundo todo poderiam ser evitados com os tratamentos adequados para a saúde mental. É nesta etapa que os tabus e preconceitos mostram suas faces. Muitas vezes por vergonha de familiares e por medo de mudanças nas relações sociais, as pessoas com problemas de saúde mental não buscam ajuda de psicólogos e psiquiatras.

Precisamos mudar o nosso modo de encarar a saúde mental. E uma das formas mais eficazes é falar sobre o assunto. Mas, é preciso falar para compartilhar as informações corretas e assim, garantir que a ajuda chegue a quem precisa.

Setembro Amarelo e a importância de falar sobre suicídio

Diante dos índices crescentes de suicídios, várias entidades – inclusive a OMS – se comprometeram a criar ações para combater o suicídio e desmistificá-lo. O objetivo é fazer com o que os índices de suicídios reduzam em 10% até 2020. O Setembro Amarelo é uma destas iniciativas voltadas para esta causa nobre e necessária. Ações como esta auxiliam na desmistificação das causas do suicídio e contribuem positivamente com a sua prevenção.

Um dos maiores tabus a respeito do suicídio é de que falar sobre ele incentiva outras pessoas a cometer o ato. Isso não é verdade. Falar sobre o suicídio com quem tem cogitado cometer o ato pode ser uma fonte de alívio para a dor e o desespero. Outro tabu: quem quer se matar não fala, quando fala é para chamar a atenção. A pessoa que comete suicídio apresenta sinais, mudanças comportamentais antes. Daí a importância de partilhar informações sérias a respeito do suicídio: encarar o suicídio como um problema de saúde facilita a identificação destes sinais.

Mas, o que cada um de nós pode fazer diante desse quadro? Como podemos contribuir com a prevenção do suicídio? Separei algumas dicas para você, querida pessoa!

1- Preocupe sem conselhos ou julgamentos

É importante para quem está com pensamentos suicidas se sentir querido. Ofereça ajuda, mas evite dar conselhos. Guarde-os para uma ocasião melhor. Pergunte como a pessoa quer ser ajudada. Neste momento, é importante suspender todo e qualquer tipo de julgamento. Se a pessoa não quiser conversar, respeite. Se ela quiser conversar, ouça com afabilidade e tranquilidade.

2- Não desespere diante das respostas

Se a pessoa – seja seu familiar, amigo ou colega de trabalho – confirmar que cogita cometer suicídio, não se desespere. Partilhar os pensamentos suicidas contribuem com redução da sensação de isolamento.

3- Atenção com frases ditas e postagens nas redes sociais

Muitas vezes, quem está com pensamentos suicidas fala frases do tipo “não quero acordar nunca mais”, “um dia, não serei mais um peso para ninguém”. Publicações autodepreciativas e com teor de sofrimento. No Facebook é possível notificar a rede quando alguém publica mensagens suicidas. Para isso, basta denunciar a publicação e em seguida clicar em Acredito que não deveria estar no Facebook > Ver mais opções > Mostra alguém se ferindo ou planejando se ferir. Assim, essa pessoa receberá notificações do Facebook sobre formas de ser ajudada por entidades competentes, como o CVV – Centro de Valorização da Vida.

4- Não compare as dores de ninguém

Uma das abordagens menos eficazes no combate ao suicídio é comparar dores. Quando você mostra para a pessoa que existem outras pessoas com sofrimentos que você julga serem maiores que o dela, isso a desestimula a pedir ajuda e se tratar. As pessoas são únicas e por isso, o que é dor para alguém não é dor para outras pessoas. Não julgue a dor alheia.

5- Incentive a busca por ajuda profissional

Por mais que queiramos a melhora da pessoa, não nos cabe salvá-la. Para que ela se recupere da fragilidade emocional, o ideal é buscar ajuda de profissionais que possam conduzir com eficácia o processo de recuperação de quem está com pensamentos suicidas. O ideal é buscar ajuda de psicólogos e psiquiatras para que esta pessoa possa ser ajudada da maneira correta. Este passo é o mais importante.

6 – Não perca contato

Se você conhece alguém que ameaçou cometer suicídio uma vez, não perca o contato com esta pessoa. Converse sempre com ela, dê apoio e suporte para que ela possa lidar com as próprias dores e procure ajuda adequada. Isso fará com que ela se sinta acolhida e segura.

Apoie você esta importante ação. Parabenizo as entidades envolvidas pela iniciativa! Compartilhe este conteúdo em suas redes sociais para que possamos combater o suicídio de maneira eficaz!

 

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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