Você se considera uma pessoa ansiosa? Na atualidade, o ritmo de vida acelerado que temos leva boa parte das pessoas a se identificarem com esse perfil. Aliás, as estatísticas apontam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo (em número de pessoas que apresentam sintomas ansiosos), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas afinal de contas, o que significa ser ansioso? Quais são as desvantagens que esse fator pode provocar na vida profissional das pessoas? Para compreender melhor o significado da ansiedade e a maneira como ela pode atrapalhar o rendimento no trabalho, continue a leitura do artigo a seguir.
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O que é a ansiedade?
Ao contrário do que muita gente pensa, a ansiedade em si não é um problema. Ela é um mecanismo da mente muito importante para a sobrevivência das pessoas. Sem ela, a humanidade não teria chegado até aqui.
A ansiedade é a capacidade que as pessoas têm de “visualizar” antecipadamente o que pode dar errado no futuro. Essa capacidade é importante para que nós possamos nos preparar para os desafios e problemas do dia a dia. Sem ansiedade, ninguém se preocuparia em estudar, trabalhar, se alimentar, cuidar da saúde etc. Sem ela, o homem das cavernas teria sido extinto pelos predadores. Aliás, se hoje você olha para os dois lados da rua antes de atravessá-la, evitando ser atropelado, agradeça à sua ansiedade.
O problema ocorre quando os pensamentos ansiosos começam a ser excessivos e desproporcionais aos fatos. Nesses casos, a ansiedade deixa de ser benéfica, tornando-se um transtorno (o transtorno de ansiedade). Esse quadro é caracterizado por pensamentos negativos repetitivos e preocupações constantes, que acabam com a qualidade de vida da pessoa.
Fora de níveis saudáveis, a ansiedade pode desencadear uma série de sintomas físicos e mentais, como: preocupação excessiva, desistências nos projetos da vida, cansaço constante, dores de cabeça, batimento cardíaco acelerado, elevação da pressão arterial, distúrbios digestivos, insônia, tremores, falta de ar, tontura, tensão muscular, suor excessivo, entre outros.
Esse é o quadro de uma pessoa que sofre com o transtorno de ansiedade — uma doença que exige um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. Sem esse acompanhamento médico, a ansiedade patológica causa muitos problemas na vida pessoal e na vida profissional do indivíduo.
Principais consequências da ansiedade no trabalho
1. Excesso de preocupação
Para o ansioso, qualquer coisa é motivo de preocupação. Mas como saber se a preocupação está em excesso?
É simples. Procure notar se o mesmo pensamento está “rondando” a sua mente por várias horas do seu dia. Muitas vezes, coisas pequenas tiram a paz da pessoa ansiosa e acaba impedindo-a de continuar com as suas atividades. Ela acaba focando as suas energias no problema, em vez de buscar uma solução.
Por isso, é importante que a pessoa note se está deixando os afazeres do dia a dia de lado para ficar pensando e repensando em como será o jantar dos amigos na sexta-feira. Esse tipo de comportamento pode acarretar problemas futuros. As preocupações com outros assuntos atravessam o que precisamos fazer agora. Isso nos tira a atenção, a saúde e a produtividade.
2. Insônia
Uma prova importante, uma reunião com os chefes, um jantar com aquela pessoa especial, uma entrevista de emprego. Tudo isso pode servir de “motivo” para que o sono não apareça e para ter a sensação de que a cama e o quarto são pequenos demais para tantos pensamentos que surgem sem hora para sair.
Esses também são alguns dos sentimentos que a pessoa ansiosa tem. Vale lembrar que uma noite mal dormida pode atrapalhar totalmente o seu rendimento no dia seguinte. Por isso, para as pessoas ansiosas, é importante se concentrar, procurar relaxar e pensar em outras coisas que tragam tranquilidade.
Na hora de dormir, não podemos fazer nada para resolver os nossos problemas. Por isso, o jeito é relaxar e recuperar as energias para que, no dia seguinte, com disposição, possamos agir para encontrar a solução.
3. Perfeccionismo
Uma pessoa que é perfeccionista em tudo o que faz geralmente se cobra bastante, buscando fazer e entregar o melhor para as pessoas. Algumas empresas consideram isso com um ponto positivo, pois mostra que existe uma preocupação em fazer as coisas de forma que seja para dar certo, do contrário, não serve!
Entretanto, ainda que essa característica seja considerada positiva para a empresa, ela é péssima para a saúde do trabalhador. Na verdade, ele sente tanto medo de cometer falhas que acaba preferindo não fazer a fazer “mais ou menos”. Além disso, o perfeccionismo quase sempre tem relação com o medo do julgamento das outras pessoas, com baixa autoestima, entre outras questões que somente a psicoterapia seria capaz de descobrir.
Além disso, a pessoa perfeccionista pode desenvolver essa crítica excessiva também com os colegas, o que pode causar problemas de relacionamento.
4. Agitação
Pessoas ansiosas tendem a ser agitadas, pois o excesso de pensamentos dificulta a sua capacidade de foco e concentração. Para os ansiosos agitados, vale praticar alguns exercícios de respiração, e meditação para manter o equilíbrio.
A agitação no trabalho pode ser algo difícil de lidar, já que, em alguns ambientes, é preciso foco e silêncio para realizar uma tarefa. Manter o controle e a calma são as melhores opções. Se você é uma pessoa ansiosa, anote essa dica: evite falar demais, conversar em tom alto, cantar e andar demasiadamente. Pratique exercícios físicos para “liberar” essa energia acumulada.
Algumas pessoas acabam desenvolvendo o comportamento de começar várias atividades, mas não concluir nenhuma delas. Esse tipo de comportamento pode estar sendo observado pelo seu líder e pode ser que ele não esteja de acordo com os objetivos da equipe e da empresa. Administre as suas emoções!
5. Desistências
Por fim, o sofrimento da pessoa ansiosa pode ser tão intenso que ela começa a abrir mão de toda e qualquer atividade que possa oferecer algum risco, por menor que seja. Com isso, esse indivíduo pode começar a se privar da vida social, assumir o mínimo possível de responsabilidades no trabalho, parar de estudar, entre outras questões.
O medo de sofrer e de falhar predomina na mente ansiosa, que deixa de vislumbrar as possibilidades de sucesso, de crescimento e de felicidade. Assim, a pessoa deixa de confiar em si mesma e, com isso, pode perder muitas oportunidades de crescer na carreira.
Sou ansioso. O que fazer?
Se, ao ler este artigo, você se identificou com os sintomas e comportamentos do transtorno de ansiedade, procure ajuda especializada. Converse com psicólogos e psiquiatras — os profissionais da saúde mental que podem diagnosticar e tratar adequadamente esse tipo de transtorno.
Não necessariamente você precisará de um medicamento para trazer a sua ansiedade de volta aos níveis saudáveis, mas, em alguns casos, a medicação pode ser necessária. Além disso, dormir bem, conviver com as pessoas que você ama, ter atividades de lazer e praticar exercícios físicos regularmente são as recomendações básicas para lidar com a ansiedade e administrar melhor as emoções. Apenas não fique sofrendo por um problema que tem solução!
E você? É uma pessoa ansiosa ou conhece alguém ansioso? Então, deixe um comentário no espaço abaixo com as suas experiências. Conte como você faz para administrar esses sentimentos e emoções que atingem milhões de pessoas em todo o mundo. Por fim, saiba que, se este conteúdo o ajudou, ele também pode ajudar muitas pessoas que sofrem com o problema. Por isso, faça a sua parte e compartilhe este artigo nas suas redes sociais!
Imagem: Por g-stockstudio
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Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.
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