Nelson Mandela: um exemplo de liderança

NELSON MANDELA

A vida de Mandela nos mostra habilidades e valores importantes que líderes de todo o mundo devem ter.

Nelson Mandela lutou contra as desigualdades, rompeu as barreiras do preconceito e defendeu seu povo com bravura e destemor. De suas lutas, veio um legado marcado pela justiça, liberdade e paz.

Devido à sua relevância, anualmente é celebrado o Dia Internacional de Nelson Mandela em 18 de julho. A data, que é o aniversário do ex-presidente da África do Sul, foi escolhida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2009. O objetivo era homenagear a sua trajetória de luta e perseverança. 

Mandela viveu por 95 anos e, ao longo desse período, se tornou uma das figuras mais memoráveis e fundamentais da história recente. Entre os seus feitos destaca-se a luta pacífica contra o Aphartheid (regime separatista racial), pela qual foi agraciado com o Nobel da Paz em 1993.

O nome de Mandela se tornou uma referência por conduzir um país dividido a um caminho de paz e prosperidade. Neste artigo vamos falar sobre este importante líder mundial: Nelson Mandela. 

Quem foi Nelson Mandela? 

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em uma pequena vila chamada Mvezo, no dia 18 de julho de 1918. Além de advogado, foi um importante líder rebelde e presidiu a África do Sul entre os anos de 1994 e 1999. Ele tornou-se reconhecido como o mais importante líder da África Negra, sendo referenciado como “Madiba” (nome do seu clã) ou “Tata” que significa “pai”. 

Mandela nasceu em uma importante família de nobreza tribal, seu destino natural seria ocupar um posto de chefia nessa tribo. Contudo, ele recusou esse caminho ao se mudar para a capital, Joanesburgo, aos 23 anos de idade. Foi nesse período que deu início às suas atividades de cunho político. Na faculdade, se tornou um rebelde e uma liderança da resistência não violenta. 

Mandela e outros membros da resistência foram duramente perseguidos pelo governo da África do Sul. No começo da década de 1960, foi preso e condenado à prisão perpétua. Outros movimentos anti-apartheid surgiram e incluíram outra pauta importante em suas ações: a libertação de Nelson Mandela.

Na década de 1970, ele recusou a revisão de sua pena. Na década de 1980, recusou a proposta de liberdade condicional, pois, em contrapartida, não poderia se envolver na luta contra o apartheid – especificamente, com a luta armada. 

O Congresso Nacional Americano, juntamente com os demais grupos anti-apartheid e a pressão internacional em prol de Mandela, conseguiram que a libertação fosse assinada pelo presidente Frederik Willem de Klerk. Mandela saiu da prisão no dia 11 de fevereiro de 1990.

Nobel da Paz e Presidência

Em 1993, recebeu o prêmio Nobel da Paz. Em 1994, na primeira eleição multirracial do país, tornou-se presidente pelo CNA (Congresso Nacional Africano), dando fim ao Apartheid. Presidiu a África do Sul até 1999. Mesmo longe da presidência, Mandela sempre teve forte atuação política em seu país e no mundo. 

Encabeçou campanhas como o combate à Aids, o racismo, entre outros. Durante a sua vida, foi uma figura controversa, tendo sido denunciado como comunista terrorista por seus oponentes.

No entanto, recebeu aclamação mundial por seu ativismo e empenho em prol de causas humanitárias. Faleceu em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, em Joanesburgo, devido a complicações decorrentes de uma infecção pulmonar. 

Mandela: verdadeiro exemplo de liderança

Quando falamos em exemplo de liderança, Nelson Mandela é uma figura emblemática, que nos remete às lembranças de um regime totalitário de segregação racial, que separava e dividia um povo. Enfrentando violência, retaliações e algumas investidas sem sucesso, não desistiu de lutar por seu país. 

Passando quase três décadas na prisão, fez de sua liberdade uma nova oportunidade de continuar sua história. Ele já havia entregado 27 anos de sua vida pela causa na prisão, porém, decidiu que era o momento de prosseguir na busca por aquilo que acreditava.

A vida de Mandela nos mostra habilidades e valores importantes que líderes de todo o mundo devem ter. Eis os principais:

1. Foco nos resultados

Vários foram os obstáculos enfrentados por Mandela e seus companheiros. A falta de confiança de familiares, o medo das repressões do governo, as incertezas diante de um governo que já durava há longos anos. Mas, o foco em seu objetivo principal – a libertação do povo sul-africano – fez com que seguisse em frente. 

Portanto, diante dos desafios o importante é buscar meios para lidar e enfrentar. Desistir não é (e não deve ser) uma opção. Quando uma adversidade surge no seu caminho rumo ao resultado esperado, é essencial buscar formas de transpor essas barreiras. Ter o discernimento e a paciência para remanejar seus planos é determinante para não se deixar abater. 

2. Envolvimento e engajamento 

Não é fácil envolver as pessoas no mesmo objetivo e, principalmente, engajá-las em um ideal comum. Mandela conseguiu envolver e engajar as pessoas – não só do seu país, mas de outras localidades do mundo – em prol de uma causa. Qual foi o segredo para este êxito? Ele foi honesto com as pessoas, expôs seus objetivos e ideais com tanta clareza que isso contagiou quem o ouviu. 

Mandela conseguiu trazer para a sua causa até mesmo pessoas que não eram afetadas pelo problema. Inúmeros grupos de aliados brancos se juntaram à causa pelo fim da segregação racial. Unir as pessoas em torno de um objetivo comum, ainda que nem todas sejam afetadas pelo problema, é realmente algo surpreendente e inovador. 

3. Ter visão sistêmica é fundamental

Para envolver e engajar as pessoas em um ideal comum é preciso levar em consideração algo importante: as questões sociais e culturais do grupo. Quanto mais próximo é o motivo da luta da sua própria natureza, maior é a força e a energia dedicada. É preciso entender uma cultura local, para então transformá-la. 

Uma boa forma de aplicar essa competência é se colocando constantemente no lugar das outras pessoas, e entendendo o contexto de suas vidas, não somente dentro do ambiente de trabalho. Isso é ter visão sistêmica. A visão sistêmica de Mandela foi essencial na luta contra o Apartheid. Para envolver e trazer mais aliados para a sua causa é imprescindível estimular a empatia de diferentes grupos. 

4. O bom líder sabe dar autonomia

Mandela disse algumas vezes que acreditava que um líder era como um pastor que fica atrás do seu rebanho o guiando na direção certa. Ele acreditava ser essencial dar autonomia para as pessoas que estavam junto a ele na busca pelo objetivo principal, a mudança da realidade instaurada em seu país. Quando as pessoas têm autonomia é mais fácil que o propósito se manifeste com espontaneidade.

O presidente sul-africano se inspirou na forma de liderança de um rei da tribo em que cresceu, chamado de Jongintaba. Esse rei reunia todos os homens em um círculo e só tomava a palavra depois que todos tinham se expressado.

Mandela aplicava esse método, ao final das reuniões ele resumia as opiniões apresentadas, mesclando-as com as suas próprias ideias. Assim, o grupo era sutilmente conduzido pelo seu líder sem se ressentir por não poder expressar suas próprias ideias.

5. Visão positiva até dos infortúnios 

Nelson Mandela permaneceu preso por 27 anos e nesse período nunca esmoreceu. Ele se manteve sendo gentil, determinado e agindo como a figura de liderança que era. Quando a liberdade lhe foi oferecida desde que ele se retirasse da luta contra o Apharteid, recusou, pois essa não era uma questão discutível.

Para Mandela nada era só bom ou só ruim, ele enxergava as nuances nas diferentes situações. Dessa forma, não desanimava, mesmo diante de grandes desafios. Ele compreendia que em uma situação complexa poderia se deixar abater ou tentar usufruir o melhor do contexto. A ideia era simples, fazer até dos piores infortúnios uma oportunidade para crescer e encontrar um caminho para a vitória.

6. Seu propósito não precisa ser só sobre você

Uma crença bastante presente na vida de Mandela era a de que o seu propósito não precisava e nem deveria ser somente sobre ele. Para ele, fazer a diferença no mundo era essencial para se sentir verdadeiramente realizado. Algo inegável é que Mandela se dedicou fortemente à sociedade. Suas lutas não estavam relacionadas somente a ele, mas a todo um grupo que precisava de um líder.

Em seus discursos, era evidente que ele ressaltava a importância de estar pronto para servir as necessidades dos outros. A importância de deixar um legado era algo que realmente se destacava na luta de Mandela.

Quando o ex-presidente da África do Sul falava, estava ajudando a colocar grupos grandes de pessoas em movimento para conquistar aquilo que seria o melhor para todos. Estar disposto a se tornar uma referência para causas que não dizem respeito somente a você é crucial para não se perder nessa função. 

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Imagem: mark reinstein

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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