O que é demanda agregada e por que é utilizada?

A demanda agregada é um conceito que agrega todas as demandas de cada um dos agentes da economia.

 

Quando falamos em economia, falamos nos recursos e na capacidade que uma empresa ou país tem de transformá-los em geração de riquezas, por meio de produtos e serviços. O desenvolvimento econômico de um país, naturalmente, não depende de um ou de outro fator, mas sim de vários deles que, combinados, produzem ou não os resultados positivos esperados.

Entre esses fatores, existe a chamada demanda agregada, cuja teoria parte dos estudos do economista britânico John Maynard Keynes. Neste artigo, você vai compreender melhor o que é a teoria da demanda agregada e quais são os seus impactos sobre a economia dos países. Para mergulhar de vez no tema, siga em frente e tenha uma excelente leitura!

O conceito de demanda

Em economia, demanda é a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores estão dispostos e capazes de comprar a um determinado preço e em um determinado período de tempo. 

A demanda é influenciada por vários fatores, como o preço do bem ou serviço, o poder de compra do consumidor, a disponibilidade de bens substitutos ou complementares, as preferências do consumidor e as condições econômicas gerais. Em resumo, a demanda é a procura de um bem ou serviço pelos consumidores em um determinado mercado.

Os tipos de demanda existentes

A demanda agregada é um conceito que agrega todas as demandas de cada um dos agentes da economia. A demanda é o desejo apoiado na necessidade de compra de um produto ou serviço e que somente se viabiliza se o consumidor estiver propenso e com disponibilidade financeira suficiente para adquirir aquele determinado produto ou serviço.

Nos bens de consumo, existem duas vertentes da demanda: a qualitativa, que depende do meio social e é afetada pela publicidade, e a quantitativa, que depende do nível de rendimento do consumidor.

Antes de entrarmos no universo da demanda agregada, vamos entender melhor quais são os tipos de demanda existentes:

  • Plena: é a demanda considerada ideal pela organização que vende um bem, significando que os objetivos de venda previstos foram alcançados;
  • Negativa: quando o bem em questão não agrada os possíveis consumidores, que podem mesmo rejeitar o bem ou produto. Muitas vezes, é o que ocorre quando uma marca ou produto é envolvido em algum escândalo;
  • Irregular: verifica-se quando um produto é sazonal, ou seja, é direcionado para uma ocasião específica do ano, e, por isso, a procura aumenta nessa altura, como o sorvete no verão;
  • Inexistente: acontece quando o bem é desconhecido para o consumidor ou então não vê a utilidade em adquirir o bem;
  • Latente: ocorre no caso de se verificar uma determinada necessidade, mas, apesar de existir uma demanda, ainda não existe um bem capaz de satisfazê-la;
  • Excessiva: quando a procura por um determinado bem ou produto excede a capacidade de resposta da empresa, não conseguindo satisfazer a todos;
  • Declinante: é o caso de um produto que já teve uma alta demanda, mas que por algum motivo, ela está decrescendo.

Sempre influenciando e determinando a oferta, a demanda pode aumentar ou diminuir de acordo com a economia.

Entendendo a demanda agregada

Quando se fala sobre a economia de um país, tratamos da demanda agregada, que representa o total de gastos dos seguintes agentes: 

  • Consumidores;
  • Produtores (empresários);
  • Governo;
  • Restante do mundo.

Cada um desses agentes tem as suas próprias demandas. No caso dos consumidores, a demanda é representada pelo consumo, enquanto a demanda dos produtores é o investimento. A demanda do governo são os seus gastos, e a do resto do mundo é composta pelas exportações e importações.

A demanda agregada, assim, é a soma das demandas de cada um desses agentes da economia, ou seja, é o total de bens e serviços de uma determinada economia, em que os consumidores, as empresas e o Estado estão dispostos a comprar. Ela representa o gasto total da economia, o famoso Produto Interno Bruto (PIB).

Para isso, essa demanda depende de fatores como a política monetária e fiscal, a renda dos consumidores disponível para consumo, os impostos a que estão sujeitos, os gastos públicos efetuados pelo Estado, entre outros.

Hipótese keynesiana de demanda agregada 

John Maynard Keynes (1883 – 1946) foi um economista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e prática da macroeconomia. Ele foi um dos responsáveis pela inversão do pressuposto da Lei de Say em que “a oferta cria a sua própria demanda”. A partir daí, surge a hipótese keynesiana, que afirma que a demanda agregada determina o nível da oferta agregada e, consequentemente, o nível da renda e de equilíbrio da economia de um país.

Keynes defendeu, ainda, a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos ciclos econômicos, com o objetivo de manter a economia viva, o pleno emprego e o crescimento nacional.

A importância desse entendimento para a sociedade 

A demanda agregada representa a quantidade de bens e serviços que os consumidores, produtores e o governo pretendem comprar e a faixa de preço de cada um, por meio de uma curva. Utilizamos a demanda agregada no modelo de mercado da produção para obter a Curva DD (Demanda Doméstica).

Essa curva tem derivada negativa e funciona da seguinte forma: quanto maior o preço, menos as pessoas vão querer comprar, e quanto menor for o valor, mais os consumidores estarão dispostos a comprar. Tudo depende dos níveis de renda e de preço, de modo que os mercados de bens, serviços e dinheiro estejam sempre em equilíbrio.

A demanda e as ofertas agregadas

A oferta é uma condição que um vendedor pode fazer sobre um produto ou serviço, de comercialização. A oferta possui um valor inverso ao valor de compra, isso proporcionalmente, ou seja, quanto maior a oferta, maior o valor do produto. Nesse caso, a demanda influencia no valor da oferta. Quanto maior a quantidade de estoque, maior será a oferta desses produtos.

Dessa forma, a teoria keynesiana trabalha com a máxima de que é preciso determinar um nível de equilíbrio para a renda nacional. O que isso significa? Que ela prevê que a oferta agregada, ou seja, a produção total de bens e serviços de uma economia seja igual à demanda agregada — ou seja, os gastos da coletividade com esses bens e serviços.

Seguindo essa linha de raciocínio, esse equilíbrio entre oferta e demanda agregadas pode ocorrer (e geralmente ocorre) em um ponto abaixo do nível de pleno emprego. Para que a economia atinja o nível pleno, é necessário que a demanda agregada seja aumentada por meio do aumento de qualquer dos seus componentes.

Os elementos que compõem esse tipo de demanda

O que chamamos de demanda agregada é o resultado da soma das compras de diferentes agentes econômicos, como você pode ver a seguir: 

Demanda Agregada = Gastos de consumo privado + Investimentos + Gastos do Governo + Exportações

A demanda agregada é um conceito da macroeconomia estudado por Keynes. Ela consiste na demanda total de bens e serviços de uma determinada localidade, em um dado momento. O termo é, na verdade, um somatório de 4 elementos: consumo, investimentos, gastos do governo (ou despesa pública) e exportações líquidas. Pode-se dizer que essa demanda é compatível com o PIB (Produto Interno Bruto) de um país, quando há estoques fixos.

Conheça melhor cada um desses componentes na sequência:

  • Consumo: é o poder aquisitivo das pessoas, sendo diretamente impactado pelos preços dos itens, pelo rendimento das pessoas, pelas tendências populacionais e pelo acúmulo de riquezas;
  • Investimentos: refere-se às despesas das empresas na aquisição de tecnologias, equipamentos, infraestrutura, matéria-prima, salários, juros e as próprias expectativas de crescimento dos empreendedores;
  • Gastos do governo ou despesa pública: consiste em todas as despesas do Estado com a compra de bens e serviços, o que constitui a base das políticas econômicas;
  • Exportações líquidas: refere-se à diferença entre as exportações com as importações subtraídas. Essa matemática depende do consumo interno e externo, bem como da taxa de câmbio do país e da sua relação com os demais.

Então, é só o governo aumentar mais as despesas para o país crescer?

A situação não é assim tão simples. A verdade é que, segundo os economistas, quando há um aumento excessivo nos gastos governamentais, há alguns efeitos colaterais, como o afastamento dos investimentos da iniciativa privada e a redução do próprio consumo, que são outros dois elementos da demanda agregada.

Isso acontece porque os investimentos estatais tendem a aumentar a inflação, ou seja, a desvalorizar a própria moeda diante das dinâmicas do mercado. Além disso, o aumento nos gastos aumenta o déficit governamental, o que pode prejudicar a imagem do país junto aos seus credores.

Quando isso acontece, o governo tenta frear a inflação elevando a taxa de juros, o que desestimula o investimento privado. Nesse cenário, as empresas preferem comprar títulos da dívida governamental a investir nos seus próprios projetos. Assim, elas contratam menos pessoas, o que gera mais desemprego e menor poder aquisitivo à população, enfraquecendo novamente a economia.

Percebe como a relação entre esses fatores é um grande toma lá dá cá? O desenvolvimento econômico de um país não depende apenas da iniciativa do governo em gastar, embora isso também tenha a sua importância. Se assim fosse, provavelmente não haveria mais países pobres.

Teoria do crescimento

Ao deparar-se com a teoria keynesiana, Nicholas Kaldor (1908 – 1986), economista da Universidade de Cambridge, da Inglaterra, questionou se a disponibilidade de fatores de produção realmente seria independente da demanda de um país.

Os estudos e análises dariam origem à teoria do crescimento puxado pela demanda agregada. A premissa básica de modelos econômicos de crescimento puxados pela demanda agregada é de que os meios de produção utilizados em uma economia capitalista são eles próprios, ou seja, os bens que são produzidos dentro do sistema.

Dessa forma, Mark Setterfield, professor de economia da New School for Social Research, de Nova York, explica que a “disponibilidade” de meios de produção nunca pode ser considerada como um dado independente da demanda. Assim sendo, a questão principal para a teoria não é a alocação de um dado volume de recursos entre uma série de alternativas disponíveis, mas sim a determinação do ritmo no qual esses recursos são criados. 

Uma questão de equilíbrio

Quem equilibra o jogo da demanda agregada é o seu contraponto, ou seja, a oferta agregada. Esse conceito se refere ao conjunto de produtos e serviços que as organizações são capazes de oferecer. Naturalmente, esse elemento depende dos recursos financeiros, profissionais (quantidade e qualidade de trabalhadores), naturais e tecnológicos acessíveis na localidade.

Quando a curva da demanda agregada e a curva da oferta agregada se encontram, a quantidade de bens e serviços oferecidos é igual à quantidade de bens e serviços demandados. Nesse ponto de equilíbrio, são estabelecidos os preços dos produtos. Nessa lógica, se a demanda por um produto aumenta, os preços devem aumentar. Já quando a oferta é maior do que a demanda, a tendência é de que os preços e a produção sejam reduzidos, gerando desemprego.

Nos cenários positivos, em que o desemprego é pequeno, aumenta a estabilidade e a demanda agregada. Já nos cenários negativos, o governo tende a interferir mais na macroeconomia para retomar o crescimento do país. Entre essas interferências, podemos citar medidas como:

  • Investimentos em educação e saúde coletiva;
  • Investimentos em infraestrutura pública;
  • Incentivo à concorrência;
  • Fornecimento de bens públicos;
  • Etc.

Por isso, é importante que os governos e as empresas atuem para alcançar um estado de equilíbrio, o que é uma missão muito complexa. O modelo proposto por Keynes é estudado até hoje como um dos meios mais sólidos de compreender a economia de um país, estudando todos os fatores que influenciam a economia do local, seja em curto, seja em longo prazo.

Medidas para promoção do crescimento

Para que o governo de fato aumente o crescimento da economia de um país, as seguintes medidas devem ser adotadas:

  1. Investimento em capital humano: promover a educação por meio de programas específicos de formação profissional. Promover melhores cuidados na saúde preventiva, a fim de assegurar um aumento da assiduidade no trabalho. Criar condições para assegurar o capital humano já existente, evitando a evasão de funcionários qualificados (capital humano) e a mudança para outros países.
  2. Investimento em infraestruturas públicas: são de grande importância e fundamentais para o desenvolvimento econômico do país. Sem a infraestrutura, as empresas não conseguem desenvolver, de forma adequada, os seus negócios;
  3. Promoção de atividades que geram externalidades positivas, como o desenvolvimento de produtos e de novas tecnologias;
  4. Promoção da eficiência dos mercados;
  5. Política de promoção de concorrência;
  6. Fornecimento de bens públicos;
  7. Eliminação de externalidades negativas (como impactos ambientais, problemas de saúde na população, entre outros);
  8. Eliminação dos efeitos negativos provocados pela intervenção do Estado;
  9. Promoção da poupança nacional: necessária para o financiamento de todos os investimentos acima citados. 

A ampliação da visão de mercado

Falar sobre economia é complexo e requer que você esteja sempre atualizado para entender as lógicas de mercado que mais se aproximam do seu modelo de negócio. Esse processo não é fácil, mas é possível compreender com um pouco de interesse e dedicação. Mais do que buscar meios de crescer cada vez mais, é preciso entender o contexto em que você está inserido e como você pode usar os seus recursos para garantir bons resultados.

Como vimos, a demanda agregada envolve diversos fatores econômicos presentes no dia a dia de gestores de instituições públicas e privadas. Pensando na importância e complexidade do tema, o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) desenvolveu um curso de especialização em Gestão Empresarial, a fim de auxiliar a rotina dos profissionais, por meio das práticas de coaching.

O MBA (Master in Business Administration) oferecido pelo IBC proporciona a ampliação da visão de mercado e da atuação de líderes, gestores e profissionais que desejam desempenhar o seu papel com mais eficácia no que diz respeito ao planejamento estratégico — aliado ao desenvolvimento humano.

O curso MBA Executivo em Gestão Empresarial & Coaching tem por objetivo formar profissionais capazes de compreender o contexto econômico e sociopolítico em que estão inseridos e de intervir de forma competente na gestão de organizações públicas ou privadas.

Além disso, a formação busca desenvolver a capacidade analítica, executiva e decisória do aluno, a fim de que possa elaborar, implementar e avaliar políticas, planos e programas que visem ao desenvolvimento da organização. Todo esse processo leva em conta as influências dos fatores econômicos, socioculturais, históricos, ambientais, políticos e tecnológicos.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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