Como respeitar a diversidade no ambiente de trabalho

diversidade no ambiente profissional

A diversidade no ambiente profissional mostra que equipes compostas por pessoas de diferentes nichos tem um excelente desempenho.


 
Hoje vou falar sobre a diversidade no ambiente de trabalho. Engana-se quem pensa que irei ditar regras de como ser politicamente correto só porque irei falar um pouco sobre o respeito nas relações de convivência. Na verdade, esse texto vai recomendar algumas atitudes que apenas demonstram respeito pelo ser humano.

O mundo está mudando. Atualmente, é mais fácil encontrar comunidades, grupos de discussão e veículos de comunicação falando sobre direitos LGBT, negros, Pessoas com Deficiência (PCDs), mulheres e de estrangeiros. Então, parece básico, e até ultrapassado, falarmos de respeito à diversidade no ambiente corporativo. Porém, infelizmente, ainda é um assunto que merece estar em pauta. Muitos trabalhadores, sejam gestores ou não, ainda não incorporaram essa questão no cotidiano.

A piada referente ao sotaque de alguém de outro estado, com a orientação sexual do colega, com as crenças religiosas e muitas outras formas de diversão que parecem inocentes pode ser a chave para a depreciação de outra pessoa. As brincadeiras têm sempre um alvo, não é mesmo? No momento  em que esse alvo fica magoado e se sente desrespeitado, é hora de parar. É possível fazer piadas e ter momentos de diversão sem magoar ninguém. Afinal, não é obrigatório ter que falar mal de alguém para conseguir arrancar risadas no ambiente de trabalho ou fora dele.

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Onde estão as diferenças

Basta conferir os números para entender como o Brasil ainda convive com o preconceito no ambiente de trabalho. Claro, que isso não é uma exclusividade do País. Questões de preconceitos raciais, de gênero e de imigrantes ainda permeiam o cotidiano de pessoas no mundo inteiro. Para que você entenda melhor a situação, trouxe alguns dados.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 negros ou pardos representavam 54,9% dos brasileiros. Apesar de serem mais da metade da população do País, apenas 4,7% estão no quadro executivo das empresas. Os dados são do relatório “Perfil Social, Racial e de Gênero nas 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, feito pelo Instituto Ethos e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Ainda segundo o IBGE, o Brasil possui 45 milhões de PCDs. Em contraponto, o total que está formalmente no mercado corresponde apenas a 0,84% do total dos vínculos empregatícios.

Os números não param por aí! Em 2016, a mulher representava 44% do mercado formal, porém sua média salarial de 2015 era de R$ 1.522, enquanto a do homem era de R$ 2.012. Os dados são do Ministério do Trabalho baseados em pesquisas do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

Outro dado alarmante vem da ONG Transgender Europe. A Instituição revelou que 90% dos transgêneros do mundo estão vivendo sem registro na carteira de trabalho. Apenas 1% tem emprego formal.

Como mudar o jogo

Como as mudanças sociais que acontecem com velocidade cada vez mais rápida no mundo, é normal que todos os tipos de cultura queiram ter seu espaço na sociedade. Isso pode ser explicado pela Pirâmide de Maslow, um dos estudos mais significativos para a psicologia organizacional, pois ele possibilita dividir as necessidades humanas em camadas.

A base da pirâmide consiste nas necessidades fisiológicas, que são ações essenciais como a respiração, alimentação, beber água, excreção, dormir e ter moradia. Acima está a segurança, que é a obrigação de se sentir seguro em relação ao emprego, saúde, família e propriedade. O próximo nível é a questão social, que são os relacionamentos com família, amigos e a vida amorosa. A linha acima é a estima, que fala de conquistas individuais, autoestima e confiança. Por último está a camada da realização pessoal, que tem relação com a criatividade, ausência de preconceitos e autoavaliação.

Conforme o estudo do Abraham Harold Maslow explica, não basta apenas cavar seu espaço nos âmbitos sociais, culturais e de trabalho. É preciso ter todas as necessidades completas. Para uma empresa isso significa repensar a psicologia organizacional revendo as políticas internas, quadro de funcionários, fornecedores e o cliente final.

No caso de políticas internas, é interessante analisar quais são as regras do código de ética, escolha de fornecedores, promoção e contratação. É o momento de educar os funcionários com princípios de valorização de diversidade e inclusão. Além disso, também é a hora de planejar políticas de promoção e contratação que realmente mostrem a diversidade que a comunicação interna estará pregando. A capacitação dos líderes e gestores nesse assunto também é fundamental para dar continuidade nessa cadeia de formação de uma cultura inclusiva.

Atualmente, os clientes finais não estão apenas buscando pelo melhor produto ou serviço. Muitos avaliam se a cultura que a empresa exibe está de acordo com os preceitos deles. Os consumidores finais não podem mais ser estereotipados, mas sim analisados. Primeiro, a empresa trabalhe a diversidade internamente, como falei acima. Depois, entenda qual é o tipo de comprador que gostaria de ter e trabalhar no desenvolvimento de produtos e/ou serviços que atendam a esse consumidor. Não se esqueça: a rede de clientes já é diversificada.

Como evitar atitudes preconceituosas

Você também pode fazer a sua parte para ajudar a virar esse jogo!

Muitas pessoas fazem piadas ou comentários preconceituosos sem perceber ou com a desculpa de que é apenas uma brincadeira. Se você realmente deseja mudar suas atitudes, o primeiro passo é o autoconhecimento. Olhe dentro de você mesmo e busque entender se é preciso julgar as pessoas. Não há cor de pele, orientação sexual, gênero, estilo comportamental ou lugar de origem que merece um pré-julgamento. Todos merecem aceitação e respeito.

Depois de exercitar o autoconhecimento, busque refletir sobre quem trabalha junto com você. Converse com eles. Como essas pessoas são hoje em dia é resultado da história delas. E se você aprende a entender que todas as histórias são importantes, passa a compreender como é essencial demonstrar que tem esse respeito também. Não basta fazer discursos bonitos para os gestores ouvirem, é necessário ter atitudes que mostrem isso. É a hora de repensar as piadas racistas, os comentários machistas e muitas outras atitudes que, infelizmente, estão no cotidiano. Claro que você não irá aprender isso da noite para o dia, mas é preciso começar um dia.

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Resultados no cotidiano

O estudo Diversity Matters, da consultoria McKinsey, aponta que equipes compostas por pessoas de diferentes nichos têm desempenho melhor do que a indústria em geral.  Empresas com diversidade de gênero são 15% mais propensas a terem desempenho superior. E outras com diversidade étnica tem tendência de 35% de melhor performance.

Investir em diversidade dentro do ambiente de trabalho é mostrar uma gestão visionária, que aposta em modernização, políticas de inclusão e na constante busca por melhores resultados. Um local em que há pessoas diferentes e que se respeitem diminui conflitos e pode aumentar a produtividade.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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