Por que as pessoas gostam tanto de Big Brother? Observar e julgar o comportamento do outro

Big Brother Brasil Big Brother Brasil – 8 Lições

 

Em 2002, foi ao ar a primeira temporada do Big Brother Brasil na Rede Globo. De lá para cá, mais de trezentos participantes puderam viver a experiência do confinamento e, o principal, de serem filmados 24 horas por dia. A pergunta que muitos se fazem é: por que as pessoas gostam tanto do programa? Será que é apenas para observar e julgar o comportamento do outro? Continue acompanhando para entender melhor e refletir a respeito.

Entenda a dinâmica do Big Brother

O Big Brother é uma competição na qual pessoas são confinadas em uma casa, que tem câmeras por todos os lados, durante três meses para disputarem um prêmio em dinheiro. Semanalmente, é realizada uma prova para definir quem será o líder pelos próximos sete dias e que terá como principal incumbência escolher um candidato para enfrentar a votação popular. Os participantes também votam e, então, é formado o chamado paredão.

Ao longo dos dias, são realizadas as provas de liderança e do anjo, que pode receber imunidade por uma semana ou concedê-la a alguém, dependendo das regras estabelecidas pela direção do programa. O líder também pode escolher alguns participantes para se juntarem a ele e fazerem suas refeições na cozinha VIP, que tem uma grande variedade de alimentos, e frequentarem um quarto cheio de regalias. Os demais vão para a xepa e têm um orçamento restrito para as compras da semana.

O fato de precisarem se adaptar rapidamente à convivência com estranhos, o confinamento, as câmeras, as oscilações semanais entre ter fartura e se alimentar com mais restrições, as provas, ser líder e estar no topo e, em seguida, ser indicado ao paredão, as amizades que são feitas, as rivalidades, a disputa pelo prêmio, tudo isso mexe muito com o psicológico dos participantes, gerando paixões e discussões, e, claro, suscitando grandes reações do público.

Por que reality shows como o Big Brother fazem sucesso?

Os reality shows não são uma ideia atual, para se ter uma ideia, em 1973 foi ao ar o primeiro programa com esse formato nos Estados Unidos. A atração se chamava “Uma família americana” e mostrou, em 12 episódios, o dia a dia de uma família que era formada por um casal com seus cinco filhos. Depois desse, outros vieram seguindo a mesma linha, de mostrar a vida de pessoas em suas casas.

Foi apenas em 1999 que um executivo de um canal de TV da Holanda criou o formato chamado Big Brother, que foi inspirado no livro “1984”, de George Orwell. A obra, que é uma distopia futurista, conta a história de uma sociedade que é vigiada constantemente pelo Estado e mantém contato apenas com o chamado Grande Irmão, ou Big Brother, assim como os participantes do programa têm como único contato do mundo externo o apresentador.

O sucesso do Big Brother se deve, entre outras coisas, ao prazer que as pessoas têm em observar e julgar o comportamento do outro. Para constatar isso basta verificar o comportamento das torcidas nas redes sociais, que exaltam ou cancelam um participante a cada ação positiva ou negativa que tenham. Contudo, isso não significa que todos os telespectadores assistam à atração com essa finalidade, existem aqueles que o fazem por mera curiosidade ou por realmente gostarem de analisar e entender melhor o comportamento humano.

Outro fator bastante relevante para o sucesso é o fato de as pessoas se enxergarem nos participantes e, de alguma maneira, se verem na TV, já que, até então, o elenco era formado por anônimos. Na edição de número 20, a direção resolveu inovar, escalando também figuras já conhecidas por alguns telespectadores, que incluem influenciadores digitais, atores, cantores e atletas que, embora não sejam nacionalmente famosos, já eram conhecidos na internet.

8 Lições sobre a vida que podemos aprender com o Big Brother

Você já parou para pensar nas lições que um programa como o Big Brother é capaz de ensinar? Se você assistir através de um olhar observador, poderá identificar muitas situações parecidas com as da vida real e aprender com elas. Confira, a seguir, oito lições que o reality ensina.

1 – A vida tem altos e baixos

Durante a permanência na casa, os participantes vivem uma montanha russa. Uma pessoa que em uma semana é líder, está imune à votação, tem direito a uma cozinha farta e um quarto luxuoso, na etapa seguinte pode ir para a chamada xepa, ter que racionar alimentos e ainda correr o risco de ser eliminado. Na vida, embora as mudanças não ocorram tão rapidamente na maioria dos casos, também passamos por altos e baixos e é preciso aprender a apreciar cada fazer e identificar as lições ensinadas por elas.

2 – Humildade é muito importante

Exatamente por conta dos altos e baixos da vida, ser humilde é uma condição essencial para aqueles que desejam lidar bem com isso, tanto no programa quanto fora dele. No BBB, o líder precisa desfrutar de todas as regalias as quais tem direito, sabendo que na semana seguinte muito provavelmente não terá acesso a elas, a menos que vença novamente uma concorrida prova. Ser humilde não é se colocar como inferior, e sim mostrar que tem a consciência de que não é superior a ninguém.

3 – Todos estão sujeitos a errar

Os participantes de reality shows são vistos como personagens, por isso, é comum que os telespectadores elejam aqueles que são os vilões, heróis e mocinhos. Entretanto, conforme o jogo anda, é bem comum que os papéis se invertam, simplesmente porque são pessoas reais e ninguém segue um rótulo por toda a vida. É preciso entender que todo ser humano está sujeito a cometer erros e acertos, independente de os amarmos ou não.

4 – É preciso viver cada dia ao máximo

No Big Brother, as eliminações acontecem semanalmente, assim, ninguém tem como saber se estará lá na próxima semana. Em vez de focar no medo de sair, os participantes precisam aprender a desfrutar de cada dia ao máximo. Aqui, no mundo real, mesmo que as coisas aconteçam de modo um pouco diferente, também não temos a certeza absoluta de que estaremos aqui amanhã e, portanto, devemos desfrutar dos dias com entusiasmo.

5 – É preciso ter coerência entre o que se fala e o que se faz

Ter coerência entre o que se fala e o que se faz é muito importante, tanto para agir com mais certeza quanto para passar confiança aos demais. Na vida e no Big Brother, aqueles que agem de uma maneira que não condiz com o que falam não conseguem construir relacionamentos sólidos, que são tão necessários para manter o equilíbrio emocional. Se no programa existem os telespectadores que logo identificam esse tipo de atitude, na vida as outras pessoas também percebem isso e criam uma resistência em relação ao indivíduo considerado incoerente.

6 – Podemos aprender muito uns com os outros

Na casa são reunidas pessoas com as mais diferentes profissões e histórias de vida e, observando as conversas, dá para perceber o quanto um aprende com o outro. Aqui, do lado de fora, também temos muito a aprender com os demais, afinal de contas, cada indivíduo é um universo e visitar o mundo do outro é ótimo, porque cria conexão, nos permite descobrir coisas novas e evoluir.

7 – Respeitar as diferenças é essencial para viver em harmonia

Por falar em aprender uns com os outros, outro ponto bastante marcante em reality shows que envolvem confinamento, como o BBB, é que é preciso respeitar as diferenças para viver em harmonia. É claro que divergências acontecem, tanto no programa de TV quanto na vida, contudo, é importante que antes de tudo haja respeito, porque ele é a base de todas as relações.

8 – Nem sempre aquele que aparenta ser mais forte vence

Em determinadas semanas do programa, as provas para definir o novo líder são de resistência e exigem que os participantes permaneçam longas horas em pé ou realizando algum tipo de movimento, sem poder sair para beber água, se alimentar ou qualquer outra coisa. Logo no início, quando a gincana é apresentada, integrantes e telespectadores já imaginam que aqueles que são mais fortes fisicamente serão vencedores, o que nem sempre acontece.

É muito comum que aquele que ninguém esperava, por não aparentar tanta força, consiga resistir até o final, superando os grandes favoritos. A grande lição que isso deixa é que ninguém pode afirmar que irá conseguir superar ou não um desafio até que se arrisque, dê o seu melhor e espere o resultado. Isso porque, no final das contas, a força interior de desejar conquistar algo é capaz de superar qualquer outra característica.

Podemos considerar que o Big Brother apresenta uma série de metáforas sobre a vida que, claro, como toda metáfora, muitas vezes têm um certo exagero, mas que podem nos ensinar muito. Se você gosta do programa, experimente assistir não apenas como um espectador e sim como um observador, que analisa e aprende com o que vê.

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Fontes:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-foi-o-primeiro-reality-show-da-historia/

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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