Organização Racional do Trabalho (ORT) e seus aspectos

Organização Racional do Trabalho - ORT Organização Racional do Trabalho – ORT – Saiba mais

Uma das responsabilidades de quem lida com gestão de pessoas e processos no ambiente corporativo é buscar formas de conduzir as atividades produtivas da empresa. Existem várias técnicas e metodologias, uma vez que há uma ampla variedade de negócios no mercado. 

Dentre estas técnicas e metodologias está a Organização Racional do Trabalho, também conhecida como ORT. Neste artigo você poderá conhecer mais sobre essa técnica e os seus benefícios. Quer saber mais sobre este tema? Continue a leitura e confira! 

O que é Organização Racional do Trabalho (ORT)? 

Desenvolvida pelo engenheiro mecânico Frederick Taylor, a Organização Racional do Trabalho (ORT) é um conceito que surgiu a partir da observação e experiência com produção deste especialista estadunidense. 

Através de observações, pesquisas e análises, Frederick Taylor identificou como os operários compreendiam atividades, funções. Mas, principalmente, como os trabalhadores encaravam a realização de suas tarefas a partir da observação de seus colegas. 

Para Taylor, o modo como o colega trabalha influencia na forma que os demais trabalharão. Então, o caminho para Taylor é criar processos que deixem a produção uniforme. A partir desta ideia, ele traçou e criou várias formas e metodologias para que os trabalhos fossem realizados. 

De acordo com o especialista, o trabalho teria o êxito necessário com a junção da ferramenta adequada e a forma ideal de trabalhar.  Assim, a produção é mais eficaz e, consequentemente, traz melhores resultados para a organização empresarial. 

Quem foi Frederick Taylor? 

Nascido em 20 de março de 1856 na Filadélfia, Frederick Winslow Taylor estudou engenharia mecânica por toda a sua vida. Primeiro, se tornou técnico em mecânica e trabalhou como operário em fábricas. Foi com este trabalho que conseguiu manter seus estudos de Engenharia Mecânica no período noturno.

Sua experiência na área contribuiu de maneira exponencial com a Administração Científica. Em 1911, publicou o livro “Os Princípios da Administração” e se tornou o pai desta ciência por sua proposta em utilizar os conceitos cartesianos na administração de empresas. Vale dizer que Taylor dedicou sua vida à busca de soluções eficazes para otimizar as produções, especialmente na administração de indústrias.

Principais aspectos da Organização Racional do Trabalho (ORT)

Para entender como a ORT contribui com o bom andamento dos processos em uma empresa é importante entender seus principais aspectos. Isso permite fazer a sua implementação da maneira correta. Confira quais são estes aspectos:

Análise do trabalho e estudo dos tempos modernos

É a divisão das atividades necessárias para a execução de determinada tarefa. Taylor observou que havia movimentos imprecisos no trabalho. Tal observação nos deixa evidente que o ser humano era visto como uma máquina no contexto corporativo. 

Para corrigir o problema foram realizadas investigações do que levava ao erro. Ao resolver a causa se torna possível evitar que os trabalhadores aprendam de forma errada a atividade a ser realizada. Nessa organização era calculado o tempo e os movimentos de cada colaborador, estimando o valor do trabalho. 

Estudo da fadiga humana

A fadiga faz com que o colaborador diminua a sua produtividade e aumenta as chances de acidentes e doenças. O estudo tem como função racionalizar os movimentos e evitar rotatividade de colaboradores. Evitar que o funcionário chegue ao estado de fadiga é fundamental para evitar potenciais acidentes, assim como obter os melhores resultados de produção. 

Divisão do trabalho e especialização do operário

Cada colaborador é especialista em determinada tarefa, aumentando, assim, a produtividade. É interessante pontuar que o simples fato de fazer a divisão de tarefas gera o surgimento de especialistas em determinadas funções. 

Desenho de cargos e tarefas

Especificar as tarefas, métodos e ferramentas e a relação de cada uma delas com os cargos existentes na empresa. Há a amplificação da hierarquização e mais foco na especialização. Há colaboradores designados para cada tipo de tarefa. Vários cargos são criados. 

Incentivos salariais e prêmios

Desenvolvidos a fim de alcançar maior cooperação dos colaboradores perante a companhia. Para que os funcionários se empenhem em produzir mais é importante lhes oferecer algum incentivo. O que pode ser mais motivador do que ter acesso a incentivos salariais e prêmios? A bonificação é uma ferramenta eficiente para ampliar a produtividade. 

Conceito de homo economicus

O conceito baseia-se na ideia de que as pessoas são motivadas por recompensas salariais e materiais. Atualmente, essa metodologia vem sendo um tanto quanto questionada, haja vista que benefícios não materiais vêm se destacando dentre as preferências dos profissionais. 

Dias de folga e a possibilidade de trabalhar em home office alguns dias da semana são medidas que vêm sendo utilizadas como recompensa. A qualidade de vida dos colaboradores tem estado no centro da busca por recompensas. 

Condições de trabalho

As condições de trabalho e o ambiente em que o colaborador atua são fundamentais para a produtividade na empresa. Para que a produção seja potencializada é essencial que haja todas as condições para o desenvolvimento das atividades. 

Padronização

Padronização das ferramentas, equipamentos e modo de trabalhar com o objetivo de reduzir possíveis variações e eliminar desperdício e retrabalho. Esse aspecto diz respeito ao ambiente interno das companhias. 

Ter um método de realização das atividades funciona inclusive como uma forma de evitar dificuldades com a perda de colaboradores. Se um profissional deixa o cargo hoje pode ser substituído por um colega, pois há um método de trabalho a ser seguido para executar a tarefa. 

Supervisão funcional

Supervisores especializados em determinada área têm autoridade sobre os subordinados. Cada área tem um supervisor, isso é fundamental em um sistema de divisão das atividades. O acompanhamento especializado de cada atividade é crucial para o bom andamento da companhia. 

Quais são os objetivos e desafios da ORT? 

O objetivo principal da Organização Racional do Trabalho é elevar os níveis de produtividade e racionalizar o desperdício. Como o processo foi pioneiro na Administração, existem muitas críticas a respeito do método criado por Frederick Taylor. E quais são as críticas? Veja a seguir: 

Mecanização da abordagem

Nessa abordagem a realização do trabalho é vista sob um ponto de vista mecânico, no entanto, a realização é humana. O ser humano não tem um comportamento mecânico ainda que esteja inserido em um contexto devidamente organizado com divisão de tarefas. O filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin faz uma crítica a essa mecanização extrema, demonstrando que o ser humano não pode ser tratado como máquina. 

Robotização do colaborador

Segue a mesma linha de raciocínio explicada acima. Na mecanização do trabalho, os profissionais passam a ser tratados como robôs. 

Visão microscópica do homem

O ser humano perde a sua individualização e personalidade, tornando-se apenas mais uma engrenagem de um sistema produtivo que não pode parar. Sendo justamente essa individualidade que caracteriza o homem não é possível removê-la sem prejuízos para a sua qualidade de vida. 

Ausência de comprovação científica

Embora se baseie em uma visão mecanicista não possui uma comprovação científica quanto a sua eficiência. 

Limitação do campo de aplicação à fábrica

Esse sistema amplamente mecanizado em que cada colaborador tem apenas uma função tende a ficar restrito a linhas de montagem em fábricas. Em um escritório, por exemplo, não é possível alcançar êxito se cada funcionário realizar apenas uma tarefa X. 

Abordagem de sistema limitada

Do ponto de vista de aplicação no mercado de trabalho trata-se de uma abordagem limitada. Como mencionamos, é bastante desmedida a ideia de que esse sistema possa se aplicar a qualquer modelo de negócios. 

De qualquer maneira, a aplicação de seus princípios ajudou a serem identificadas novas situações para o desenvolvimento da Administração. É importante lembrar que Frederick Taylor desenvolveu esta metodologia sob a influência da Revolução Industrial, fato que mudou para sempre as formas de trabalho no mundo todo. 

Mesmo nos tempos atuais é possível pensar em formas de utilizar os conceitos da ORT de maneira segura, eficaz e alcançar resultados satisfatórios na produtividade dos colaboradores, na entrega dos produtos e serviços, até mesmo na experiência do consumidor com a marca. 

Padronização pode ser positiva 

Acima pontuamos o contexto de desenvolvimento da ORT e a possibilidade de aplicá-la, em partes, a outros modelos de negócios. Alguns tópicos, como a padronização e a supervisão especializada, podem ser aplicados com grande êxito em empreendimentos de diferentes segmentos. 

Mencionamos a importância de ter um padrão para realizar as tarefas corporativas como uma forma de evitar a parada do trabalho com a perda de colaboradores. Dessa forma, empresas que adotam uma sistematização de suas atividades tendem a ter mais sucesso em suas empreitadas no mercado.

A supervisão especializada, por sua vez, permite que haja um direcionamento mais eficiente do trabalho. Cada área deve ser conduzida de acordo com os contornos necessários para cada tarefa. Assim os resultados são mais pertinentes e acompanham o esperado pela organização como um todo. 

Agora, conte para a gente: qual a sua opinião sobre a Organização Racional do Trabalho? Gostou de saber mais sobre este tema? Utilize o espaço abaixo para compartilhar a sua experiência com ORT e o que você pensa sobre esse tema. Espalhe o conhecimento! Compartilhe este artigo em suas redes sociais.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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