O que é a Síndrome do Peter Pan?

Síndrome do Peter Pan


Você conhece alguém que parece não ter saído da infância? Alguma pessoa que simplesmente não se adapta à vida adulta? Que tem dificuldades em lidar com responsabilidades e compromissos? Que tem interesses e comportamentos típicos das crianças? Esse quadro não é assim tão raro e foi batizado pelos psicólogos de “Síndrome de Peter Pan”.
O nome dessa condição vem do conto que retrata a história do jovem Peter Pan, um garoto que se recusa a crescer e sai pelo mundo em busca de aventuras mágicas. O personagem foi criado em 1911, pelo escritor britânico James Matthew Barrie (1860 – 1837), para uma peça de teatro. Dela, derivaram livros, filmes e musicais que encantam crianças em todo o mundo até hoje.
Neste artigo, você compreenderá:
o que é esse problema;
por que ele ocorre com algumas pessoas;
quais são os principais sinais e características da síndrome;
quais são as consequências desse comportamento infantilizado;
quais são as possibilidades de tratamento;
como o coaching e a psicologia positiva podem auxiliar.
Ficou curioso? Então, siga em frente e tenha uma boa leitura!                                                                                                
Síndrome de Peter Pan: o que é?
Continuar a agir como criança, mesmo depois de já estar na vida adulta: essa é a principal característica dos homens e, mais raramente, das mulheres que sofrem da Síndrome de Peter Pan. O termo tornou-se conhecido em 1983, a partir da publicação do livro do psicólogo americano Dan Kiley, intitulado Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up, ou “Síndrome de Peter Pan: Os Homens que Nunca Crescem”.
O Dr. Kiley trabalhou por anos com crianças e jovens delinquentes e, nos seus frequentes atendimentos, percebeu que muitos deles tinham uma dificuldade em comum: a de crescer e assumir as responsabilidades de adultos.  Foi daí que nasceu a ideia para criar o seu best-seller, abordando o assunto. O nome foi inspirado no personagem principal das histórias de James M. Barrie, o menino Peter Pan, aquele que nunca cresce.
A síndrome costuma surgir por volta dos 20 anos e caracteriza-se por imaturidade e dificuldade em aceitar a chegada da idade adulta, podendo vir acompanhada de um comportamento narcisista. É importante ressaltar, porém, que a síndrome de Peter Pan não tem indícios de ser uma doença psicológica real e, portanto, não está registrada nos manuais de transtornos mentais.                                                                                                                  
Quais são os sinais e características da síndrome?
Segundo o Dr. Kiley, a Síndrome de Peter Pan caracteriza-se pela grande dificuldade da pessoa em ver-se como um adulto e desvencilhar-se totalmente do seu papel de criança para crescer. Isso a faz agir constantemente de forma infantil, imatura, rebelde e inconsequente e, ainda assim, querer ser compreendida e aceita na sua forma de ser e agir. A síndrome, contudo, não tem nenhuma relação com o desenvolvimento físico ou intelectual do indivíduo, mas apenas com a sua maturidade e com as suas emoções.
Em vez de seguir o curso normal da vida e deixar para trás a sua fase dependente como filho, a pessoa que sofre com essa síndrome rejeita veementemente assumir o seu papel de pai, marido, profissional etc. e fica imersa em um universo particularmente cheio de comportamentos infantilizados. Na prática, isso quer dizer que ela quer manter-se criança, sem abraçar a vida adulta.
Geralmente, esse indivíduo cresce fisicamente, mas a sua mente continua a morar na sua infância. Por isso mesmo, os seus hábitos (hobbies, brincadeiras, preferências alimentares) ainda são associados a essa época, pois ele nega envelhecer, o que interfere diretamente na sua qualidade de vida em todos os sentidos.
Além disso, quem tem essa síndrome pode despertar um comportamento narcisista, em que o indivíduo foca apenas nos seus próprios interesses e sofre sérios bloqueios nas suas relações. Isso o leva a ter dificuldades em assumir e manter relacionamentos amorosos duradouros, por exemplo.
Ainda de acordo com o Dr. Kiley, há 7 características principais da síndrome de Peter Pan:
Dificuldade em expressar emoções e sentimentos;
Procrastinação (deixar as responsabilidades e problemas para depois);
Incapacidade de construir vínculos profundos em relacionamentos (inclusive em amizades);
Negação de culpa (a culpa é sempre de outra pessoa);
Sentimento de raiva e culpa em relação à mãe;
Desejo de estar perto do pai em busca de proteção;
Distúrbios sexuais (baixo desejo pelo desenvolvimento da vida sexual).
O comportamento narcisista, em que o indivíduo quer sempre ser o centro das atenções, também é outro aspecto percebido nos “Peter Pans”. Além disso, a pessoa sente medo de levar os seus relacionamentos a um estágio de compromisso mais sério.
Por fora, podem parecer pessoas inteligentes e engraçadas, mas também podem ser bastante manipuladoras. Mesmo que façam algo por alguém, constantemente esperam algo em troca, como costumam fazer as crianças. É um perfil interesseiro, mimado, infantil e até um pouco egoísta.                                                                                            
Quais são as possíveis causas?
Analisando a síndrome de Peter Pan, os psicólogos observam que é como se esses indivíduos “pulassem” a adolescência. Vivenciam uma infância prolongada, sem sentirem os amadurecimentos psicológicos da adolescência (apenas o amadurecimento físico ocorre). Então, já se dão conta de que são adultos, sem que tenham passado pelas transformações emocionais típicas do adolescente.
Segundo os psicólogos, isso pode acontecer por conta de traumas ligados à primeira infância ou por situações em que a pessoa teve que lidar com grandes responsabilidades ainda muito jovem. Crianças que se tornam responsáveis pelo sustento financeiro de uma casa, que perdem os pais muito cedo, ou que não receberam amor e carinho nessa fase estão mais suscetíveis ao desenvolvimento do problema.                                                                  
Quais são as consequências do problema?
Alimentar esses comportamentos leva o indivíduo a problemas emocionais, o que impacta diretamente a sua capacidade de amadurecer, crescer e honrar seus compromissos pessoais e profissionais. Além disso, quem vivencia essa síndrome sofre de sérios bloqueios no que tange a assumir e manter relacionamentos amorosos duradouros, ou mesmo amizades.
Nesse sentido, são observados na vida adulta problemas de ordem sexual, psicológica, financeira e social, além de forte dependência emocional dos pais.
Dessa forma, existe uma grande contradição: ao mesmo tempo em que teme ser abandonado e ficar sozinho ou isolado, como uma criança de castigo; o indivíduo também tem bastante dificuldade de criar um vínculo afetivo mais profundo com outra pessoa e firmar com ela uma relação positiva. Por isso, vive saindo e entrando de amizades e relacionamentos amorosos, sem construir laços profundos.                                                                                 
Como a síndrome de Peter Pan pode afetar a vida profissional?
Você já se deparou com aquele funcionário que “faz bico” ou “fecha a cara” quando recebe um feedback negativo ou quando discordam do que ele pensa ou fala? Aposto que você trabalha ou já trabalhou com alguém que age dessa forma! A atitude infantil diante dos superiores ou companheiros de trabalho remete à “birra” de uma criança que leva bronca da mãe.
Ao adotarem comportamentos incompatíveis com o mundo corporativo, como a falta de maturidade ou não assumir responsabilidades profissionais, essas pessoas ficam presas na “Terra do Nunca” e se afastam das exigências do mundo real. Tentam se esconder em um mundo de fantasia.
Os profissionais com esse perfil se atrasam ou faltam com frequência, têm dificuldade de cumprir prazos, não assumem responsabilidades pelos próprios erros e, consequentemente, entram em conflito constantemente com os colegas e os chefes. Dessa forma, não conseguem desempenhar os seus papéis com sucesso nos seus trabalhos e na vida pessoal, que é o que se espera na vida adulta.                                                                                          
Como tratar essa condição?
Para resolver essa questão, o primeiro passo é que o indivíduo admita que tem um problema. Ele precisa encarar a realidade e reconhecer que os seus hábitos não condizem com o estágio atual da sua vida. Permanecer assim é prejudicial a si mesmo.
Adquirir a maturidade significa entender que não podemos fazer apenas o que queremos e quando queremos. Ser adulto implica cumprir obrigações e, sem elas, fica impossível viver. Pais não são eternos, e, um dia, todos nós precisamos ser responsáveis por nós mesmos. Por isso, é importante estabelecer limites de conduta.
Na síndrome de Peter Pan, a pessoa também precisa compreender que não é perfeita, que comete erros e que precisa assumir a responsabilidade sobre eles. Culpar sempre o outro é um típico comportamento infantil a ser evitado. Acertando ou errando, o indivíduo deve acostumar-se à ideia de que todos os seus atos têm consequências.
Se a pessoa apresentar dificuldades ou relutância em modificar esses comportamentos, é sempre importante procurar ajuda especializada. Psicólogos são profissionais que têm os conhecimentos e técnicas necessárias para ajudar a pessoa a compreender o que se passa com ela e a adotar novos hábitos — mais condizentes com a sua idade, ou seja, comportamentos adultos. A psicoterapia é muito importante nesse processo de transformação e superação da infância.                                                                                                                                                          
Como o coaching pode ajudar nesse contexto?
Como citamos, o tratamento para a síndrome de Peter Pan é feito por meio da psicoterapia, com um acompanhamento especializado de um profissional da área. Paralelamente a esses cuidados, o paciente pode buscar ajuda na metodologia do coaching e entender o seu processo de desenvolvimento humano, ou seja, a sua real identidade.
O processo de compreensão da identidade é uma das mais poderosas e importantes ferramentas do Coaching. É nela que buscamos saber quem somos, como agimos e por que nos comportamos de tal forma, a fim de conseguirmos trilhar a vida adulta com sucesso.
Nesse processo, a pessoa com a síndrome de Peter Pan consegue captar a maioria das informações acerca de comportamentos adquiridos desde a infância, e que são características marcantes na sua vida adulta. Durante a análise, também são encontrados comportamentos provenientes do convívio com os pais, bem como do ambiente familiar, que repetem padrões e limitam o amadurecimento dessa pessoa.
A partir desse reconhecimento, o indivíduo consegue trabalhar de forma mais precisa quanto à eliminação desses bloqueios e limitações, que podem ter como consequências a falta de autoestima, a depressão, os transtornos ansiosos, entre outros distúrbios que prejudicam o nosso desenvolvimento e a nossa qualidade de vida.                             
Como a psicologia positiva pode ser benéfica nesse cenário?
É por meio da aplicação da Psicologia Positiva que o coaching promove os benefícios acima citados. A técnica é considerada o mais moderno estudo da psicologia, desenvolvido no final do século XX por Martin Seligman, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. É a ciência que estuda como despertar e manter a felicidade autêntica.
Para isso, Seligman buscou entender o que leva os indivíduos a se sentirem plenos e realizados e identificou as virtudes e forças de caráter que sustentam verdadeiramente as emoções positivas, além de estimularem o alto desempenho e promoverem o bem-estar e a prosperidade.
Como uma “luz no fim do túnel”, esse movimento científico ajuda aqueles que sofrem com a síndrome de Peter Pan a compreender os traços positivos dos seres humanos e como eles se manifestam, abrindo novas perspectivas para a apreciação do potencial do ser humano. Isso os ajuda a desenvolver um olhar mais positivo sobre a vida adulta.
Martin Seligman, considerado o pai da psicologia positiva, afirma que, para vivermos bem, necessitamos de:
Emoções positivas;
Engajamento e fluidez;
Relacionamentos construtivos;
Propósito e realizações.
Sabendo disso, o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) desenvolveu a formação em psicologia positiva. Por meio dela, o IBC oferece um conteúdo diferenciado e exclusivo, que atende às exigências do desenvolvimento pessoal e profissional, com foco na felicidade e nos resultados positivos. Trata-se de um rico embasamento teórico da mais contemporânea vertente da psicologia e do que há de mais atualizado no universo do coaching positivo.
A formação em psicologia positiva tem como finalidade oferecer aos alunos os mais modernos conceitos, práticas, ferramentas e técnicas de compreensão do potencial humano, além da gestão e desenvolvimento de pessoas, por meio de uma visão multifocal. O programa é destinado às pessoas que objetivam atingir alto desempenho em todas as áreas da vida e queiram agregar o diferencial de se especializar no que há de mais moderno nas ciências humanas.                                                                                                                                                         
Conclusão
Concluindo, a síndrome de Peter Pan é um conjunto de comportamentos manifestados por indivíduos que não amadurecem, ou seja, que continuam tendo atitudes infantis, mesmo já tendo alcançado a idade adulta. A psicologia positiva e o coaching auxiliam na superação desses comportamentos, permitindo que o indivíduo lide melhor com a fase adulta da sua vida.
Que as informações acima tenham sido bastante relevantes e permitam que você ajude a si mesmo ou a outras pessoas que possam estar vivenciando a síndrome de Peter Pan. Por fim, se você gostou deste artigo, deixe o seu comentário no espaço a seguir e não se esqueça de compartilhá-lo com quem mais possa se beneficiar dele, por meio das suas redes sociais!

 

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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