
Em algum momento da vida, toda pessoa já se fez a pergunta: “O que é, afinal, ser feliz?”. A felicidade é uma das maiores aspirações humanas e, ao mesmo tempo, um conceito que pode assumir diferentes significados para cada indivíduo. Enquanto alguns a veem em conquistas materiais, outros a encontram em relações afetivas, experiências simples ou na paz interior.
Essa busca pela felicidade é constante e revela não apenas o desejo de bem-estar, mas também o anseio por uma vida mais autêntica e com propósito. Por isso, neste artigo, será possível refletir sobre o que significa ser feliz, por que essa busca é tão importante e como ela pode se tornar mais consciente e duradoura. A felicidade talvez não esteja apenas no destino, mas, principalmente, no caminho. Confira!
Afinal, o que é felicidade?
Do ponto de vista técnico, os dicionários definem a felicidade como um estado subjetivo de bem-estar, satisfação e plenitude. Entretanto, ela não se resume a momentos de alegria ou euforia, que são emoções passageiras, mas se manifesta em sensações mais profundas de realização, equilíbrio e sentido de vida. Para algumas pessoas, a felicidade está nas conquistas; para outras, nos relacionamentos, no tempo de qualidade consigo mesmas ou na espiritualidade.
Mais do que um ponto de chegada, a felicidade é um processo contínuo, construído a partir de escolhas conscientes, autoconhecimento e alinhamento entre os valores pessoais e as ações cotidianas. É também a capacidade de apreciar o presente, mesmo diante de desafios.
Ao contrário do que muitos imaginam, ser feliz não significa viver sem problemas, mas sim desenvolver uma postura positiva, resiliente e grata diante da vida. Assim, a felicidade se torna menos um ideal inatingível e mais uma experiência real, acessível e possível de ser cultivada todos os dias.
Dois tipos de felicidade
Para entendermos melhor o conceito de felicidade, a psicologia e a filosofia, ao longo do tempo, passaram a classificar o termo em dois tipos distintos: a felicidade hedônica e a felicidade eudaimônica. Entenda melhor esses dois tipos na sequência.
Felicidade hedônica
A felicidade hedônica está relacionada ao prazer, à satisfação imediata e à ausência de sofrimento. Esse conceito tem raízes no hedonismo filosófico, que valoriza experiências agradáveis como fonte principal de bem-estar. Para quem adota esse estilo de vida, a felicidade é medida pelo acúmulo de momentos prazerosos e pela minimização da dor. Ela pode incluir conquistas materiais, viagens, diversão, boa comida e recompensas externas.
Por mais que seja válida e importante, a busca excessiva pela felicidade hedônica pode gerar frustração, pois o prazer é geralmente momentâneo e volátil. Psicologicamente, ela está ligada ao aumento temporário da dopamina e da sensação de recompensa. É uma dimensão importante da felicidade, mas, quando isolada, pode não gerar uma sensação duradoura de propósito ou significado.
Felicidade eudaimônica
Por sua vez, a felicidade eudaimônica está relacionada ao desenvolvimento pessoal, à realização de potencialidades e à vivência de uma vida com propósito. Inspirada na filosofia de Aristóteles, essa abordagem considera a felicidade como o florescimento humano — ou seja, viver de acordo com os próprios valores, virtudes e sentido de vida.
Em vez de buscar apenas o prazer imediato, a pessoa eudaimônica investe em metas de longo prazo, em relacionamentos significativos e em ações que contribuam para o bem coletivo. Essa forma de felicidade é mais profunda e duradoura, pois envolve autoconhecimento, autenticidade e coerência entre o que se é e o que se faz. Estudos em psicologia positiva, como os de Martin Seligman, reforçam a importância da eudaimonia para uma vida plena e verdadeiramente satisfatória.
Na busca pela felicidade, como equilibrar-se entre os dois tipos?
Compreendendo os dois tipos, já deu para entender que precisamos de ambos. Não podemos apenas trabalhar e estudar sem encontrar prazer no dia a dia, mas também não podemos viver em busca de diversão sem propósito. Para encontrar esse estado de equilíbrio, que nos torna verdadeiramente felizes, confira as dicas a seguir.
1. Defina os seus valores e objetivos de longo prazo
Para equilibrar a felicidade hedônica e eudaimônica, é importante definir os seus valores e objetivos de longo prazo. Enquanto a felicidade hedônica traz prazer imediato, a felicidade eudaimônica oferece uma satisfação duradoura. Assim, ter metas que alinhem prazer e propósito — como aproveitar momentos de lazer enquanto trabalha por um objetivo significativo — ajuda a criar esse equilíbrio desejado. Isso permite que você se sinta realizado em curto e longo prazo.
2. Priorize momentos de prazer, mas sem negligenciar o significado
Equilibrar as duas formas de felicidade exige aproveitar momentos de prazer sem esquecer o valor de experiências que trazem sentido. Por exemplo, ao se dedicar ao trabalho ou aos relacionamentos, busque também momentos de descontração e lazer. Isso mantém a vitalidade e o prazer, essenciais para a felicidade hedônica, enquanto o envolvimento em atividades significativas fortalece o sentido da vida, característico da felicidade eudaimônica. Esse equilíbrio garante uma felicidade mais completa.
3. Desenvolva o autoconhecimento continuamente
Para equilibrar esses dois tipos de felicidade, é fundamental praticar o autoconhecimento. Isso permite entender quando você está buscando apenas prazer momentâneo e quando está alinhado com os seus valores mais profundos. Para isso, atividades como meditação ou reflexão podem ajudar a identificar o que você realmente valoriza, ajustando a sua busca por prazer e significado. Dessa forma, é possível equilibrar a satisfação instantânea com o desenvolvimento contínuo.
4. Envolva-se em atividades que tragam prazer e propósito
Uma ótima maneira de equilibrar as duas formas de felicidade é se envolver em atividades que tragam tanto prazer quanto propósito. Por exemplo, praticar um esporte que você ama pode gerar prazer imediato (hedônico), enquanto participar de causas sociais ou voluntariado pode dar um sentido profundo à sua vida (eudaimônico). Dessa forma, ao integrar essas duas dimensões, você experimenta uma felicidade mais completa, que combina a satisfação pessoal com a contribuição para um bem maior.
5. Pratique a gratidão diariamente
A gratidão é uma ponte poderosa entre a felicidade hedônica e a eudaimônica. Ao reconhecer os pequenos prazeres do cotidiano, como uma boa refeição ou um momento de descanso, você cultiva bem-estar imediato. Ao mesmo tempo, agradecer pelas pessoas, conquistas e experiências significativas fortalece o senso de propósito. Esse hábito simples amplia a percepção do que realmente importa, proporcionando uma felicidade mais equilibrada, entre o curto e o longo prazo.
Em conclusão, a busca pela felicidade é uma jornada pessoal, repleta de descobertas e aprendizados. Ao entender os diferentes tipos de felicidade e aprender a equilibrá-los no dia a dia, cada pessoa pode construir uma vida mais leve, rica de sentido e prazer. Para isso, cultivar hábitos saudáveis, refletir sobre o propósito e valorizar o presente são passos fundamentais rumo a uma felicidade mais plena, real e duradoura.
E você, querida pessoa, como classifica a sua busca pela felicidade? Tem obtido um equilíbrio entre a felicidade hedônica e a felicidade eudaimônica? Como? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!