A diferença entre empatia e apatia

Apatia e Empatia Empatia é quando você se doa para outra pessoas. Já apatia é quando a pessoa tem muita dificuldade de sentir emoções.

Você já ouviu falar na palavra “apatia”? De acordo com o dicionário Michaelis, a apatia é a indiferença e o desprezo em relação a todas as emoções, como um quadro de frieza e indiferença aos acontecimentos. Apesar de parecidas, “apatia” e “empatia” são quase opostas, já que essa última se refere à capacidade de colocar-se no lugar do outro.

Para entender melhor o conceito e as diferenças por trás dessas duas palavras, continue a leitura a seguir, que contempla não apenas definições, como também exemplos práticos e questionamentos importantes sobre o impacto dessas duas características sobre o comportamento humano. Confira!

O que é apatia? Por que ela ocorre?

É preciso entender um pouco mais sobre essa pequena palavra, que tem um grande poder sobre a vida daquele que a sente. Assim, quando falamos em apatia, estamos falando de uma espécie de desmotivação, que se manifesta, basicamente, por meio da perda da capacidade de sentir algo no aspecto emocional. 

Entre as principais características da apatia é possível citar a falta de interesse por assuntos e atividades que antes chamavam atenção, a indiferença com relação a tudo e a todos, assim como a falta de concentração e foco, principalmente no trabalho, o que faz com que o indivíduo tenha um declínio considerável na sua produtividade. Ela pode ser entendida também como insensibilidade.

Além da dificuldade para se concentrar, outro ponto que é diretamente afetado pela apatia no trabalho, e também em casa, é a memória, que faz com que a pessoa acabe não conseguindo reter as informações tão facilmente assim.

No que diz respeito à sua origem, ela pode decorrer de diversos fatores, como problemas na glândula tireóide, anemia, imunidade baixa, infecções, noites mal dormidas, excesso de bebidas alcoólicas e drogas, entre outras. Além disso, a sua causa pode ter origem em transtornos psicológicos, como o transtorno bipolar, a depressão, a ansiedade, entre outros.

Para lidar com o problema, o que se recomenda é investir em psicoterapia, com foco voltado principalmente para a reestruturação cognitiva. Exercícios físicos também são importantes nesse sentido, pois ajudam na produção e liberação de hormônios do bem-estar e prazer no organismo. Realizar novas atividades, buscando trazer mudanças para a rotina e alimentar-se de forma saudável e balanceada também produzem efeitos benéficos para reduzir a apatia. 

Outra forma de afastar a apatia é procurar manter contato com a natureza, além de praticar yoga e mindfulness e investir no desenvolvimento do autoconhecimento, uma vez que tudo isso vai contribuir para que o indivíduo se descubra novamente e tenha uma motivação a mais para levantar-se da cama diariamente. 

O que é empatia?

A empatia, por sua vez, diferencia-se bastante do primeiro conceito que apresentamos. Enquanto a apatia se define praticamente pela total ausência de sentimentos, a empatia vai na direção contrária, uma vez que ela é determinada pela enorme capacidade que uma pessoa tem de se colocar no lugar da outra, exatamente com o objetivo de imaginar o que ela possa estar sentindo em uma situação específica. 

Essa habilidade se caracteriza principalmente pela capacidade que um indivíduo tem de reconhecer como válida a perspectiva da pessoa que está diante dele e de aceitar o outro, suspendendo todo e qualquer tipo de julgamento das suas atitudes e comportamentos. Por mais difícil que isso possa parecer, reconhecer e compreender as emoções expressadas pelas outras pessoas e comunicar tais emoções é um exercício muito importante para a construção de boas relações.

Trata-se basicamente de sentir com o outro o que ele sente naquele instante que se encontra diante de nós, mostrando a ele que não está sozinho e que não precisa enfrentar as suas dificuldades sem contar com o apoio das pessoas ao seu redor.

Geralmente, uma pessoa que é bem desenvolvida nesse sentido, ou seja, que sente empatia com facilidade pelos demais, acessa nela mesma sentimentos parecidos com os que o outro está sentindo, para que assim tenha a oportunidade de se conectar com ele e ajudá-lo como for possível. 

Os empáticos são o tipo de pessoa que todos querem ter por perto, pois se esforçam para compreender aqueles que estão à sua volta, oferecendo-lhes uma palavra de conforto, um abraço, ou apenas emprestando o ouvido, para que um colega possa desabafar.

A empatia no trabalho, ou em qualquer ambiente, é algo que deve ser verdadeiramente estimulado, pois, assim, as pessoas têm a oportunidade de evoluírem em conjunto, dando as mãos umas às outras para que um mundo melhor seja construído. Todavia, não podemos permitir que a empatia nos leve a considerar apenas o ponto de vista do outro, sem considerarmos o nosso. Há limites, OK?

Exemplo de empatia e apatia

Vamos trazer esses significados para o mundo real. Imagine que há duas pessoas em um banco de uma praça. A pessoa Y está lendo um livro e a pessoa X está ouvindo música com fones de ouvido e mexendo no celular. De repente, um carro e uma moto colidem na rua em frente à praça. Visivelmente, ambos os condutores ficaram feridos com o acidente. A pessoa Y logo liga para a emergência, porém a pessoa X apenas dá uma rápida olhada e volta a se concentrar na música e no celular.

Nesse caso, a pessoa Y foi empática, e a X foi apática. A pessoa Y se preocupou com a situação e o bem-estar dos envolvidos no acidente e chamou ajuda. Ela se colocou no lugar do outro e ajudou quem precisava, sem se importar se era um conhecido ou não. Já a pessoa X mostrou indiferença e insensibilidade durante todo o tempo.

Você pode defender a pessoa X, argumentando que ela percebeu que alguém já havia chamado por socorro, portanto, não havia nada que ela pudesse fazer para ajudar. Mesmo assim, ela demonstrou dificuldade de sentir emoção. Colocar-se no lugar do outro é uma tarefa impossível para o apático.

Agora é sua vez! Você considera que é a pessoa X ou Y nas situações da vida real?

Por que precisamos ser empáticos na vida pessoal?

A empatia é fundamental para que possamos entender e compartilhar os nossos sentimentos e opiniões uns com os outros, de uma forma respeitosa e harmônica. Ela nos ajuda a construir e fortalecer relações saudáveis. Compreender o que o outro sente nos ajuda a criar laços de confiança e compreensão. Consequentemente, ao considerar o olhar do outro, também conseguimos abandonar tendências e impulsos egoístas, caminhando para a prevenção ou para a resolução pacífica de conflitos.

Outro traço muito interessante que a empatia desperta é a capacidade de ouvir o outro com atenção. Assim, conseguimos sair daquele piloto automático de “ouvir para responder” e conseguimos adotar uma postura de “ouvir para entender”. Isso gera clareza, evita mal-entendidos e até mesmo fortalece a compaixão entre as pessoas. Assim, conseguimos ajudar aqueles que precisam, construindo um mundo de mais amor, solidariedade e inclusão.

Por fim, a empatia também nos leva a um processo de crescimento pessoal considerável, independentemente das crenças de cada um. Isso pode melhorar a nossa comunicação com o outro, mas também o próprio autoconhecimento, analisando e reconhecendo essa virtude altruísta.

Por que precisamos ser empáticos na vida profissional?

Como podemos perceber, a empatia pode nos ajudar a estreitar e fortalecer os laços que construímos com amigos, familiares, vizinhos e até desconhecidos. Esses benefícios na vida pessoal também se veem na vida profissional.

Quando temos empatia pelos colegas de trabalho, isso nos estimula a sermos responsáveis, alegres e prestativos no dia a dia, pois nós também gostamos quando os nossos colegas se comportam dessa forma. Essa característica nos leva a não fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco: atrasar um projeto, “puxar o tapete” do colega, “empurrar” funções etc.

A empatia também é importante nos casos de liderança. Um líder deve ser empático com os seus liderados, compreendendo que eles não são máquinas ou números, mas seres humanos — que têm medos, dificuldades, necessidades etc. Da mesma maneira, o liderado também deve ser empático com o líder, colocando-se na posição dele e imaginando o tamanho da sua responsabilidade. Ele deve ser o funcionário que ele mesmo gostaria de ter, caso fosse o chefe.

Ainda falando do trabalho, o que seria de qualquer empresa se não houvesse empatia com o cliente? Sem mergulhar no universo dele, as empresas jamais conseguiriam criar produtos, serviços e funcionalidades que gerassem satisfação. Até mesmo com os concorrentes devemos ter empatia, procurando manter uma relação de respeito e lealdade, dentro da lei, mesmo em meio às competições do mercado.

Por que evitar a apatia na vida pessoal?

Na vida pessoal, uma pessoa apática se mostra insensível e indiferente aos fatos, inclusive às emoções alheias. Essa frieza pode gerar conflitos, como os que ocorrem quando vemos alguém em dificuldades e nada fazemos. A apatia pode ser entendida como uma forma de egoísmo, já que aquilo que o outro diz ou sente não gera nenhuma reação.

Sem se importar com o outro, o indivíduo apático pode enfrentar problemas de relacionamento com amigos e familiares. Eles podem até mesmo se afastar, pois deixam de confiar em alguém que simplesmente não liga para os sentimentos deles.

A falta de conexão emocional inibe reações de alegria, esperança, companheirismo, amizade, amor, solidariedade, interesse e motivação. Sem esse entusiasmo, a vida perde a cor, e, consequentemente, nós podemos ficar cada vez mais isolados. Como na vida não fazemos nada sozinhos, isso gera uma perda considerável de oportunidades, pois quem não se importa com o outro também não consegue obter dele a atenção e a ajuda necessárias quando precisar.

Por fim, além de todos esses conflitos interpessoais, é sempre importante reforçar que a apatia, enquanto incapacidade de sentir prazer ou empatia, pode ser um sintoma de que algo não vai bem na saúde mental do indivíduo. Esse desinteresse pode ser desesperança e desânimo, podendo ser um sintoma de transtornos do humor, como a depressão.

Por que evitar a apatia na vida profissional?

Na vida profissional, uma pessoa apática pode não sentir motivação para trabalhar. Assim, ela pode simplesmente não ligar se o trabalho está bom ou ruim, se os clientes estão ou não satisfeitos, se as metas estão ou não sendo batidas. Isso a leva a não se preocupar com o seu desempenho, o que pode criar conflitos com os colegas e chefes e até mesmo levar a uma perda de emprego.

Além disso, uma pessoa apática pode se demonstrar insensível às pessoas com as quais lida no dia a dia. Imagine um professor que não se importa com as dificuldades dos alunos ou um médico que não se importa com as dores dos pacientes: esses profissionais causam um impacto incrivelmente negativo na sociedade.

A apatia também pode criar conflitos dentro da própria empresa. Se um funcionário está indiferente ao outro, ele pode ser rude, arrogante ou frio. É uma pessoa que dificilmente vai ajudar um colega em dificuldades e que, em consequência, dificilmente receberá ajuda quando precisar. Esse profissional também não vai reconhecer os méritos dos colegas, líderes e liderados, o que pode ser entendido como ingratidão.

Por outro lado, quem evita a apatia consegue trabalhar com entusiasmo e dedicar-se cada vez mais ao seu ofício. Assim, melhores resultados podem ser alcançados, clientes ficam mais satisfeitos e até mesmo o clima organizacional dos ambientes de trabalho melhora. As pessoas, quando confiam e ajudam umas às outras, constroem relações muito produtivas, que geram oportunidades e bem-estar a todos os envolvidos.

Como lidar com esse problema no trabalho?

É interessante aplicar pesquisas de clima organizacional periódicas e avaliar atentamente o resultado delas. Com os dados analisados em mãos, o próximo passo é buscar soluções para possíveis problemas junto com a equipe. Também é importante criar indicadores para que todos colaborem para melhorar o clima. Desse modo, todos poderão cooperar e se sentirão como um time unido. Além disso, será mais fácil prever e identificar quando os primeiros sinais de uma pessoa apática aparecerem.

Por conta da diversidade de fatores, que podem criar e desenvolver a apatia, é essencial que se compreenda caso a caso. Nada de estereotipar! Somente desse jeito será possível investigar os possíveis motivos e chegar a soluções precisas para tirar o colaborador desse estado. Em casos assim, o ideal é que líderes e gestores, bem como a empresa de forma geral, demonstrem empatia pela situação do profissional. 

Se um dos seus funcionários se tornar apático, é hora de agir! As características específicas que tornam uma pessoa apática podem ser minimizadas com a ajuda, por exemplo, da formação Professional & Self Coaching — PSC. Esse aprendizado dá uma oportunidade real de o aluno se conhecer, trabalhando em questões pessoais, crenças, comportamentos nocivos e maneiras de evoluir.

Portanto, se você descobriu que tem um colaborador apático ou se você se identificou apático, não há motivo para se desesperar. O coaching pode ajudar! E se você é empático  ou tem pessoas no time assim e gostaria de trabalhar melhor as suas habilidades e competências, o coaching também pode contribuir. É um investimento que trará benefícios para a equipe e a gestão.

O passo a passo da empresa é identificar o problema, estar disponível para ouvir e investir nos funcionários. É claro que não é tão simples, porém, vale a pena investir no bem-estar dos seus colaboradores, pois isso trará benefícios para a equipe e para os negócios, de maneira geral.

Conclusão

Os benefícios poderão ser vistos aos poucos. E os efeitos serão incríveis! Será quase palpável identificar um ambiente de trabalho mais saudável e de melhor entrosamento da equipe. Para confirmar, não deixe de aplicar a pesquisa de clima organizacional. Além disso, em termos de objetivos, será possível perceber a evolução dos resultados do time e o progresso nos indicadores da empresa.

Dessa forma, o que é importante que eles saibam é que não são só os colaboradores tomados pela apatia que precisam de acompanhamento, mas também aqueles com as características da empatia, uma vez que todos estão em constante processo de evolução e aprendizado. Imagine que excelente é para o profissional, para a equipe e para a empresa, quando as suas qualidades são desenvolvidas, efetivamente e na prática.

O resultado disso é que todos só têm a ganhar. Basta se permitir e ousar ir além todos os dias!

Agora que você já sabe a diferença entre empatia e apatia, consegue nos dizer em qual desses perfis você mais se encaixa? O que você achou de saber um pouco mais sobre o tema? Deixe nos comentários as suas impressões sobre o assunto e, se este conteúdo fez sentido para você, lembre-se sempre de se lembrar de compartilhá-lo nas suas redes sociais, de modo que os seus amigos também entendam as diferenças existentes entre apatia e empatia!

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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