O celular e o fim do relacionamento – Por que isso ocorre?

Relacionamento e celular Por que o celular pode acabar com um relacionamento?

 

O fim do relacionamento, independente do contexto, levanta diversas questões emocionais e faz com que as pessoas se questionem a respeito do motivo para que não tenha dado certo. Curiosamente, é cada vez maior o número de indivíduos que aponta o celular do parceiro como um dos motivos para o ponto final de uma história que tinha grande potencial para se prolongar indefinidamente.

O celular pode levar ao fim do relacionamento?

Já existe um número significativo de pesquisas que atribuem ao celular um papel determinante para o fim de relacionamentos. Um dos estudos mais famosos a respeito desse tema foi realizado por James A. Roberts e Meredith David, da Universidade de Baylor, nos Estados Unidos. Os pesquisadores atribuíram o nome de “phubbing” para o fenômeno da interferência dos smartphones nos relacionamentos amorosos.

Para entender o que significa essa palavra, basta observar a sua origem semântica que combina duas expressões: phoning (ato de usar o smartphone) e snubbing (ato de esnobar ou ignorar alguém). Basicamente, se trata da forma como um indivíduo simplesmente ignora as pessoas à sua volta (nesse caso, especificamente o parceiro) para atender as demandas geradas pelo seu telefone.

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Redes sociais e o imediatismo da internet

A conexão rápida e a possibilidade de conversar com milhares de pessoas sem sair do lugar com certeza encanta aqueles que há pouco mais de uma década faziam ligações através de telefone fixo. No entanto, o fascínio gerado pela luz branca emitida pela tela do smartphone pode fazer com que você acabe se distraindo da sua vida real, aquela que acontece fora das redes sociais.

Pense e responda com sinceridade, quantas vezes você estava em um momento romântico com o seu parceiro e decidiu parar tudo para tirar uma foto para compartilhar em seu perfil no Instagram? Muitas pessoas, ao fazerem isso, atribuem o comportamento ao desejo de compartilhar os sentimentos de amor e felicidade com os demais. Porém, em algum grau, trata-se de uma necessidade de alimentar as suas redes sociais com um padrão irreal de vida.

Porém, o que dificilmente as pessoas se dão conta é de que tiram a magia daquele momento ao torná-lo público e impedir que transcorra naturalmente. Imagine um jantar romântico, o casal decide postar uma foto desse momento e, então, precisa mudar alguns elementos de lugar na mesa para melhorar a composição e encontrar o melhor ângulo.

O tempo que dedicaram a essa “arrumação” poderia ter sido investido em gerar mais momentos de felicidade para lembrar posteriormente e a alegria poderia ter sido guardada como algo precioso que pertence somente a essas duas pessoas. Essa é a primeira questão a ser levantada a respeito de como o smartphone interfere nos relacionamentos, mas não é a principal.

Ser ignorado é extremamente doloroso

Uma pessoa que está em um relacionamento com alguém que passa boa parte do seu tempo olhando para a tela do smartphone, tende a se sentir desprezada. Conforme pequenas atitudes, como responder uma pergunta com “uhum” ou dizer “desculpe, não prestei atenção ao que você disse”, vão se acumulando. Assim, a outra parte tende a ter sua autoestima e autoconfiança minadas.

Os níveis de insatisfação com o relacionamento gerados pelo phubbing tendem a aumentar os níveis de insatisfação com a vida e isso acarreta inclusive no aumento da tendência a desenvolver depressão. A infelicidade gerada pelo uso extremo do smartphone no relacionamento pode interferir no desejo do casal de permanecerem juntos. Talvez, aquela relação que está deteriorada pela onipresença do celular pudesse ser bem-sucedida num contexto sem wi-fi.

Na pesquisa mencionada anteriormente, os cientistas listaram alguns hábitos comuns das pessoas com seus smartphones e pediram que os respondentes apontassem quais incomodavam e prejudicavam seus relacionamentos. As reclamações mais recorrentes foram: o parceiro deixar o smartphone em um lugar visível, enquanto está numa situação romântica ou particular do casal, e a checagem constante das atualizações de mensagens pelo parceiro.

Na segunda etapa da pesquisa, os indivíduos apontaram quais são as principais causas de conflitos entre o casal decorrentes do uso do smartphone. Para quase metade dos 145 adultos participantes, a questão mais delicada era ser ignorado devido à presença do smartphone. Falar algo que não é ouvido, não ter uma resposta satisfatória e se sentir menos interessante do que o celular da outra pessoa, começa a gerar o desejo pelo ponto final da relação.

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Questão de percepção

A pesquisa ainda concluiu que, para boa parte das pessoas, as pequenas distrações geradas por seus smartphones não representam grande impacto no relacionamento. Uma percepção bastante equivocada, pois todo comportamento repetitivo gera uma resposta, sim, na outra parte.

Se você costuma pedir constantemente que seu parceiro repita o que acabou de dizer ou que espere até você terminar de responder ao WhatsApp para lhe dar atenção, pode estar gerando uma insatisfação que começa pequena, mas que tem potencial para se tornar uma impulsionadora para o término. O grande problema está no entendimento de que não se tem a mesma relevância que o universo digital para a outra pessoa e que não há um tempo de qualidade sendo compartilhado.

Devo deixar as redes sociais para ter um relacionamento?

Talvez você tenha ficado com a impressão de que é incompatível ter um relacionamento amoroso saudável e manter as redes sociais ativas. No entanto, esclareço que não é bem assim, pois, quando se tem a medida certa para cada coisa, tudo pode ser mantido. Essa é a era da internet e da comunicação online, então, não é nem prático pensar em simplesmente deletar seu Facebook, Instagram, WhatsApp ou outros aplicativos.

A questão é entender que se deve ter um momento dedicado ao parceiro e um momento dedicado às demandas digitais. Ao sair com a pessoa amada ou estar com ela em casa, é importante se manter de corpo e mente focados nessa situação. Basicamente, ignore por um tempo seu smartphone, aprenda a deixá-lo no bolso ou bolsa enquanto compartilha um bom momento.

Para quem tem dificuldade em não ficar de olho no smartphone sabendo que ele está tão perto, recomendo o truque de deixá-lo com pouca bateria. Assim, você precisará mantê-lo desligado em boa parte do tempo para economizar a carga restante, haverá um impedimento físico, por assim dizer. É claro que o ideal é deixar de consultar o celular pelo desejo de permanecer ligado apenas no momento atual, porém isso pode ajudar no início.

Outro potencial exercício é desligar o smartphone durante um dia inteiro, manter-se longe das redes sociais. Além de conseguir ter mais momentos de qualidade com o parceiro amoroso, será possível se dedicar com mais afinco às suas atividades de trabalho. Talvez você não perceba, mas o smartphone pode estar “roubando” também a sua produtividade profissional.

Mantenha o equilíbrio sempre

Sabe aquela máxima que diz “tudo que é exagerado é ruim”? Ela é perfeitamente aplicável à questão do smartphone. Se, há alguns anos, alguém tivesse dito que teríamos uma ferramenta de comunicação tão poderosa em nossas mãos, muitos teriam duvidado. O potencial do smartphone é gigantesco e pode otimizar a vida profissional e pessoal de qualquer um. Quando usado com equilíbrio, o celular se torna um aliado, porém, com tantas possibilidades de distração e diversão, fica complicado não exagerar no tempo diante da telinha.

Recomendo que você comece a avaliar quanto tempo passa usando seu smartphone, seja respondendo mensagens, assistindo a vídeos do YouTube, navegando pelo feed do Facebook ou até discutindo no Twitter. Tente mensurar esse tempo em horas, se você se assustar com a quantidade de tempo útil que passa nas redes sociais, considere reduzir o uso de maneira prática. Estabeleça horas em que não deverá usar o aparelho e procure concentrá-las especialmente quando estiver com o seu par.

Converse sobre phubbing

Quantas vezes que se sentiu incomodado pelo parceiro estar de olho no smartphone você iniciou uma conversa pacífica a respeito? Perceba que tão importante quanto falar sobre o que incomoda em um relacionamento, é saber como fazer isso de maneira assertiva, sem magoar a outra parte. Se este comportamento te irrita, espere até que a raiva diminua para somente então iniciar o diálogo.

Contudo, não deixe de falar sobre o que está minando sua autoconfiança e o desejo de permanecer junto de quem ama. Cada vez que você silencia um motivo de tristeza, está dando um passo adiante para o fim da relação. A lógica de uso dos smartphones e das redes sociais nos impõem um ritmo acelerado, em que não se dedica o tempo suficiente para cada questão. Evitar adotar esse mecanismo em seu cotidiano é fundamental para a construção de relações mais saudáveis.

E será que você também não esnoba o parceiro?

Por fim, proponho que você faça uma autoavaliação para identificar se também não tem um comportamento de ignorar o seu par quando está usando seu celular. É muito fácil identificar as falhas alheias, porém, é desafiador identificar os próprios erros. Em um diálogo sincero, é positivo deixar que a outra parte fale a respeito daquilo que o incomoda também. As pessoas precisam voltar a trocar experiências, percepções e sentimentos entre si em seus relacionamentos.

O smartphone já causou o fim de algum relacionamento seu ou alguma briga? Compartilhe suas experiências nos comentários abaixo e vamos debater o assunto!

 

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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