A psicologia por trás da depressão

Depressão

As pessoas que sofrem deste transtorno sentem uma tristeza profunda.

A depressão é uma doença grave, que causa alterações emocionais importantes e que influenciam diretamente a forma como a pessoa percebe, sente e se relaciona com o mundo e com os outros. Indivíduos com esse problema tendem a ignorar os pontos positivos da vida, focando apenas nas suas nuances negativas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde — OMS, a depressão teve um crescimento de 18% nos últimos anos e futuramente vai ser a doença mais incapacitante de todo o planeta. Atualmente, ela afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo e, no Brasil, esse número já alcança mais de 11,5 milhões de brasileiros.

Embora seja hoje considerado um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, a depressão ainda é uma dor silenciosa, e seus sintomas nem sempre são identificados e tratados adequadamente. Quando o quadro é negligenciado, as consequências podem ser catastróficas e levar a casos extremos, como tentativas de suicídio.

Por isso, é muito importante que o deprimido possa contar com o apoio da sua família e dos amigos e com o acompanhamento de profissionais especializados, a fim de que consiga superar a doença e encontrar, novamente, razões para ter uma vida plena e feliz.

O que é a depressão?

Trata-se de um distúrbio afetivo que faz com que as pessoas que sofrem desse transtorno sintam uma tristeza profunda, que geralmente não passa, independentemente do que elas façam. Este sentimento de tristeza faz com que haja uma perda de interesse, de forma generalizada, por tudo o que antes o indivíduo até gostava de fazer.

Além disso, sintomas como desânimo constante, oscilações de apetite, falta de prazer nas coisas, oscilações frequentes de humor, entre muitos outros, podem acabar levando a pessoa que desenvolve a doença a ter cada vez mais pensamentos suicidas, caso não inicie um tratamento adequado.

Quais são os diferentes tipos de depressão que existem?

Outro aspecto em que é importante ter conhecimento no que diz respeito à depressão é que existem alguns tipos diferentes da doença. Os mais comuns são:

1. Episódio depressivo

Esse é um tipo de depressão que se apresenta como um episódio, ou seja, um curto período, que pode durar até seis meses, em que uma pessoa manifesta sintomas depressivos, como alterações no humor e falta de disposição, energia, prazer e iniciativa. Além disso, alterações no sono e no apetite também podem aparecer.

2. Depressão psicótica

Trata-se de um tipo da doença que manifesta sintomas, como tristeza, delírios e alucinações. Por mais que seja um tipo raro, qualquer pessoa pode desenvolvê-la, mesmo que não tenha casos relatados na família.

3. Transtorno depressivo maior

Quando o quadro depressivo passa dos seis meses e apresenta sintomas cada vez mais intensificados, costuma-se dizer que a pessoa está com um transtorno depressivo maior. Isso quer dizer que a doença pode estar relacionada com fatores e heranças genéticas, que causam alterações químicas no cérebro, tendo o seu processo acelerado por situações de cunho físico ou emocional.

4. Depressão pós-parto

Como o próprio nome já informa, esse tipo de depressão é desencadeado após o parto, em que a mulher apresenta sintomas como tristeza intensa e falta de esperança. Uma das principais causa se dá pela grande alteração hormonal que ocorre no organismo da mãe, em decorrência do fim da gravidez.

5. Depressão bipolar

Esse tipo de depressão se apresenta dentro de quadros de transtornos bipolares, sendo que, na fase depressiva, o indivíduo apresenta os mesmos sintomas de episódios depressivos, mas, na fase da euforia, pode ficar bastante agitado, impulsivo, desatento, hiperativo, entre outros sintomas.

6. Depressão sazonal

Nesse caso, o indivíduo apresenta os sintomas de depressão principalmente em épocas específicas, como Natal, festas de final de ano, aniversários, e também no inverno, quando ocorre baixa exposição à luz solar e quando as temperaturas baixas favorecem um clima de mais introspecção e quietude.

7. Distimia

Considerado um tipo crônico de depressão, a distimia pode durar anos, porém, apresenta sintomas menos graves do que a depressão propriamente dita. Nesse caso, os sintomas podem durar bastante tempo, e os indivíduos que costumam apresentá-los, são considerados bastante críticos, “reclamões” e com incapacidade de se divertir em quaisquer momentos das suas vidas. Pode não parecer, mas se trata de um quadro clínico que também demanda tratamento.

O que um indivíduo com depressão sente?

Os sintomas de depressão podem variar de caso para caso, mas, em geral, costumam incluir:

  • Incapacidade de sentir alegria e satisfação com a vida;
  • Sensação de vazio, angústia e incompreensão;
  • Falta de motivação e desinteresse geral;
  • Baixa autoestima, ansiedade, desespero e irritação;
  • Pensamentos negativos e falta de esperança;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Perda ou aumento de peso;
  • Falta de interesse ou de apetite sexual;
  • Falta de concentração e lapsos de memória;
  • Dores físicas frequentes e sem causa orgânica;
  • Desejo de morte e tentativas de suicídio.

Qual é a psicologia por trás da doença?

A depressão faz parte de uma família ampla de doenças e, por esse motivo, é denominada síndrome. A depressão mostra que ocorre uma grande quantidade de alterações químicas no cérebro do indivíduo que enfrenta essa situação. Essas alterações, pelo que se sabe, se relacionam diretamente com alguns neurotransmissores, que são substâncias responsáveis por transmitir impulsos nervosos entre as células cerebrais, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina.

Geralmente, costuma-se achar que fatores psicológicos e sociais são os grandes causadores da depressão, entretanto, eles são, na verdade, consequências e não causas. Porém, é importante deixar claro que o estresse, por ter grande impacto na vida de um indivíduo, pode acelerar o surgimento da doença, caso o indivíduo tenha predisposição a desenvolvê-la.

Os casos de depressão têm a ver com questões genéticas. Isso quer dizer que se há outros casos da doença na família, existem maiores chances de que um indivíduo desse mesmo grupo familiar também a desenvolva em algum momento da sua vida.

Isso ocorre porque a depressão, cientificamente falando, é uma doença bastante complexa, ou seja, o que se sabe é que pode haver inúmeros genes que exercem efeitos e influências para o seu surgimento, o que descarta a possibilidade de apenas um gene ter responsabilidade pelo desenvolvimento do transtorno.

Quais são os fatores que podem aumentar os riscos de depressão?

Como citamos anteriormente, fatores sociais e psicológicos são consequências, e não causas do desenvolvimento da depressão em uma pessoa. Tendo maior clareza sobre isso, podemos conhecer algumas dessas situações, que podem vir a agravar um quadro depressivo:

  • Abusos físicos, psicológicos, sexuais ou emocionais;
  • Problemas de relacionamento entre familiares, amigos ou colegas de trabalho;
  • Morte ou perda de pessoas amadas e entes queridos;
  • Desemprego;
  • Divórcio;
  • Problemas graves de saúde, como o câncer e outros tipos de doenças mentais;
  • Consumo excessivo de substâncias tóxicas, como álcool e demais drogas ilícitas.

Qual é a diferença entre a depressão e a tristeza?

Segundo especialistas, sentir tristeza é normal e saudável, pois é uma reação que geralmente se apresenta quando passamos por situações que nos aborrecem, magoam ou saem do nosso controle.  A tristeza se caracteriza justamente por ser uma emoção natural, associada a eventos específicos, e é um estado provisório, transitório e passageiro.

A depressão, por sua vez, apresenta sintomas permanentes de melancolia e desilusão com a vida, mesmo sem causas aparentes, associados a sintomas físicos também. Portanto, fique atento aos sintomas da depressão e, caso perceba que a tristeza e a desilusão estão virando elementos constantes na sua vida, busque ajuda imediatamente.

Quais são as possibilidades de tratamento para a depressão?

Entre os tratamentos possíveis para ajudar pessoas com quadros de depressão, estão:

1. Psicoterapia

Procurar a ajuda de um psicólogo nesse momento é essencial para que se tenha a oportunidade de descobrir o que, no dia a dia, está fazendo com que a doença se manifeste da forma como está se manifestando. Além disso, a partir do processo terapêutico, há ainda a reeducação comportamental, possibilitando a redução dos sintomas, o que pode fazer com que haja uma melhora considerável no quadro depressivo.

2. Atividades físicas

A inclusão de atividades físicas na rotina do indivíduo que apresenta um quadro depressivo pode lhe trazer grandes benefícios. Isso ocorre porque, além de proporcionar distração e convívio com outras pessoas, os exercícios têm a grande capacidade de liberar substâncias no organismo que melhoram o humor, como a endorfina e a serotonina.

3. Medicamentos

Por meio do acompanhamento de um profissional especializado, um médico psiquiatra, são receitados medicamentos que agem diretamente no organismo do indivíduo, contribuindo para que tenha uma melhora considerável no seu quadro ao reequilibrar a química cerebral.

É importante enfatizar que somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta, ficando vedado ao paciente automedicar-se, bem como interromper o tratamento sem que o médico tenha conhecimento.

Se você se identificou com algumas das situações relatadas aqui, é importante procurar ajuda, para que, assim, você possa se recuperar o mais brevemente possível e ter prazer novamente a partir de todos os acontecimentos da sua vida.

Lembre-se sempre de se lembrar de nunca esquecer que você é muito importante e que, com certeza, tem em si o que precisa para superar esse grande problema. Confie, conte com o apoio daqueles que o amam e, em breve, você terá ainda mais motivos para sorrir.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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