O ato de ficar sozinho: aprenda a apreciar essa arte

lidar com a solidão

Saber lidar com a solidão é dar valor a sua própria companhia

Qualquer pessoa é um ser social. Isso quer dizer que desde o nosso nascimento, estamos em constante interação com o outro, pois é isso que atesta a nossa existência e nos faz sentirmos vivos. Por conta disso, o ficar sozinho é visto como algo negativo, já que inúmeros artigos, pesquisas e documentários já nos provaram que a solidão causa males tanto físicos quanto mentais para o ser humano.

Por acreditarmos que não ter ninguém por perto não é algo bom, ao tentarmos fazer o caminho inverso, entramos em contradição. É só observar as várias amizades vazias com as quais nos esbarramos ao longo da nossa trajetória, idas em festas mesmo quando queríamos ficar em casa e os relacionamentos destrutivos que já estivemos envolvidos. Fazemos isso pelo simples fato de que temos medo da solidão.

A verdade é que ficar sozinho nem sempre é algo ruim. Não estou dizendo que a solidão faz bem e que nós precisamos largar tudo e todos para vivê-la, longe disso! Defendo que, em intervalos moderados, é necessário deixar amigos, tecnologias, familiares e trabalho por um momento e curtir um tempo só nosso.

Uma vez que aprendemos a gostar da nossa própria companhia, somos capazes de alcançar benefícios emocionais e crescer enquanto pessoas. Saiba algumas vantagens de ficar sozinho:

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Benefícios em estar sozinho

Descansar mentalmente

Não é segredo para ninguém: nos relacionar com outras pessoas exige esforço mental. Isso acontece pelo fato de que, quando estamos em contato com o outro, estamos sempre desempenhando funções, fazendo-o rir, provocando reflexões, ouvindo conselhos, etc. Por mais leve que seja essa interação, ela nos demanda esforço mental e emocional. Nesse sentido, é muito importante em alguns momentos, ficarmos sozinhos, focarmos em nós mesmos e recarregar nossas energias.

Gerar reflexões

Estamos sempre em um ritmo constantemente acelerado: acordamos cedo, enfrentamos o trânsito, utilizamos vários tipos de tecnologia, encaramos nossa jornada de trabalho, entre tantos outros momentos da nossa rotina. Ficar sozinho proporciona momentos de “desintoxicação” e reflexões, tanto sobre questões da nossa vida, como reflexões sobre nós mesmos, nossas habilidades, pontos de melhoria, expectativas, medos e metas pessoais.

Desenvolver inteligência emocional

Uma vez que, ao ficarmos sozinhos, provocamos reflexões sobre nós mesmos, também somos capazes de entender de forma mais assertiva as nossas emoções, bem como desenvolver a inteligência emocional. Ou seja, nos tornamos mais habilidosos a compreender o que nos faz feliz, o que nos deixa tristes, como controlar nosso estresse, etc.

Liberdade para escolher

Em algumas relações é muito fácil perceber quando uma pessoa não possui voz ativa. E isso não está somente ligado aos relacionamentos amorosos.

Esse problema pode surgir até mesmo dentro do ambiente profissional e faz com que um dos lados se sinta sufocado, perdendo o controle sobre os seus verdadeiros desejos.

Essa situação pode ser bastante nociva para o nosso desenvolvimento, até mesmo do ponto de vista pessoal. Pois, a partir do momento que abrimos mão dos nossos sonhos em função de outras pessoas, passamos a viver uma vida que não é realmente a nossa.

O ficar sozinho nos permite escolher aquilo que queremos fazer e na hora que queremos fazer. Ou seja, temos mais liberdade para fazer o que realmente temos vontade.

Claro que essa liberdade possui limites, do ponto de vista social e legal. Mas ainda assim essa liberdade vai lhe render muito controle sobre si mesmo.

Ser mais produtivo

A companhia de outras pessoas pode nos ajudar em diversos momentos, mas em alguns deles, ela afeta a nossa produtividade. É aquela velha situação em que, em certos momentos, um grupo de pessoas pode ser menos eficaz.

Essa redução na eficácia pode se dar por vários motivos como por exemplo encontramos no fenômeno denominado folga social. Esse fenômeno se dá quando, em um projeto, uma pessoa deixa de exercer determinadas tarefas esperando que outra, pertencente ao grupo, às realize.

Nesse sentido, o ato de ficar sozinho garante que as distrações sejam minimizadas e o foco seja mantido naquelas atividades que exigem a nossa concentração.

Desfrutar melhor dos relacionamentos

Quando ficamos sozinhos, somos capazes de enxergar o lado oposto dessa situação: a vontade de desfrutar da presença de pessoas que valorizamos. Estar com quem a gente gosta fica mais prazeroso e memorável.

Viver sem a busca pela aprovação

É óbvio que em alguma situação ou outra, precisamos da opinião, da ajuda e dos conselhos das pessoas que nos cercam. Porém, em vários casos, nós temos plena capacidade para fazer nossas escolhas, tomar decisões e mais do que isso, sermos responsáveis pelos nossos atos. É justamente isso que acontece quando ficamos sozinhos, pois aprendemos a confiar mais em nós mesmos, sem a aprovação dos outros.

Promover o autoconhecimento

Ficar sozinho pode lhe render o tempo que você precisa para refletir sobre si mesmo. Despertando um profundo conhecimento sobre o eu capaz de entender e compreender melhor quais são as suas habilidades, capacidades e, inclusive, qual o seu verdadeiro papel.

Ser capaz de identificar qual é o seu sentido maior de vida, o seu propósito, é uma capacidade verdadeiramente extraordinária. Através dela é possível viver uma vida verdadeiramente plena e feliz.

Aprender a priorizar

Quando ficamos sozinhos, nos tornamos capazes de tirar do nosso pensamento aquilo que não tem grande relevância. Ao fazermos isso, adquirimos a habilidade de priorizar o que realmente importa.

Ficar sozinho pode sim fazer o bem

O que eu estou tentando te mostrar através desse texto é que está tudo bem em ficar sozinho. É claro que você precisa avaliar muito bem, cada caso é um caso. Entretanto, a partir do momento que estar sozinho faz parte de uma escolha pessoal.

Mas o que podemos fazer durante esses períodos sozinhos? Existem diversas atividades que podem nos render diversão, aprendizado, aliás, até mesmo os dois juntos. Quer saber quais são essas atividades? Algumas delas são:

  • Sair para comer fora.
  • Passear em lugares que lhe proporcionem satisfação como florestas e parques.
  • Aprender algo novo como um idioma, uma nova formação ou até mesmo um novo prato.
  • Sair para viajar e conhecer novas culturas e novos lugares.
  • Assistir um filme no cinema.
  • Dedicar-se a um novo projeto, de vida e profissional.

Diferença de ficar sozinho e ser sozinho

Como eu disse anteriormente, somos seres sociais e por isso, é necessário conviver com outras pessoas para termos uma vida plena e feliz. Porém, é importante ter em mente que o estar com o outro não deve nunca aniquilar a nossa individualidade e a nossa essência.

Isso não quer dizer que precisamos nos isolar em nossas casas e nunca mais ter contato com as pessoas à nossa volta, isso é solidão. Nós precisamos entender que desfrutar da nossa própria companhia é uma ótima maneira de impulsionar o nosso crescimento pessoal. Buscar apenas no mundo externo a nossa felicidade e não entrarmos em contato com o nosso “eu” é um mecanismo muito perigoso, que pode trazer problemas tão prejudiciais quanto a solidão.

É necessário em alguns momentos, largarmos tudo, desfrutarmos de uma leitura agradável, correr no parque, escutar nossa música favorita, ir a uma peça de teatro ou cinema, tomar um longo banho de banheira, revisar nossos planos, tudo isso, sem a interrupção de outros, apenas com o nosso interior. Da mesma forma, ficarmos sozinhos o tempo todo pode acarretar em problemas físicos, psicológicos e emocionais. Nesse sentido, nada mais sensato do que o equilíbrio entre ficarmos sozinhos e estarmos acompanhados, só assim seremos capazes de ter uma vida plena e saudável.

E você, tem desfrutado da sua própria companhia? Que benefícios tem colhido a partir disso? Comente e compartilhe o conteúdo nas redes sociais.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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