Linguagem inclusiva – O que é e como implementar na sua empresa

Linguagem inclusiva

Veja algumas dicas pontuais de como aplicar o uso de linguagens inclusivas.

A linguagem inclusiva é uma ferramenta de comunicação, utilizada textual ou oralmente, que visa não diminuir e nem excluir nenhum grupo. Para isso são feitas adaptações de vocabulário sem alterações do idioma ou das suas regras. O objetivo desse instrumento é tornar a abordagem mais representativa.

A diversidade e a inclusão estão entre os tópicos mais debatidos neste século. Por esse motivo, a linguagem inclusiva se tornou uma tendência que está chegando a diferentes setores sociais. No universo corporativo, o uso desse instrumento passou a ter alto valor e ser prioritário. 

No contexto empresarial, a promoção da diversidade e inclusão deve ser baseada em mudanças de hábitos. Os colaboradores devem ser instigados a mudar a sua perspectiva e ações do dia a dia. A comunicação das empresas, interna e externa, tem papel determinante para seu crescimento e estabilidade.

A linguagem é um poderoso instrumento que reflete os valores e crenças das organizações. No artigo a seguir explicaremos com mais detalhes do que se trata a linguagem inclusiva e como ela pode ser implementada na sua companhia. 

O que é linguagem inclusiva?

Como citamos no início do artigo, a linguagem inclusiva é um instrumento de comunicação oral ou textual. O foco dessa ferramenta é não excluir e nem diminuir nenhum grupo. Para isso são feitas adaptações do vocabulário que não acarretam mudanças do idioma ou das suas regras. 

Na linguagem inclusiva todos os grupos são incluídos sem que para isso seja necessário mudar a língua portuguesa e as suas regras gramaticais. Dentre os focos dessa linguagem estão trazer mais representatividade e identificação através da forma como se manifesta oral ou textualmente. 

Em uma empresa, a linguagem inclusiva faz referência a todos os indivíduos que estão na corporação, individual ou coletivamente. Dessa forma há maior inclusão social no ambiente corporativo. 

Questão de gênero

A adoção da linguagem inclusiva tem ainda mais relevância no caso da língua portuguesa. Na década de 1960, o gênero masculino passou a ser considerado gênero neutro. 

Isso significa haver fortes marcações de gênero nas construções textuais ou orais em português. O uso da linguagem inclusiva no dia a dia da empresa garante que esses costumes de exclusão sejam deixados no passado. 

Linguagem inclusiva x linguagem neutra: qual é a diferença?

Embora a linguagem inclusiva e a linguagem neutra sejam práticas complementares de combate a desigualdade e exclusão, é importante esclarecer que há diferenças nessas duas abordagens. A dica para as empresas que estão buscando combater as desigualdades é adotar as duas abordagens, lado a lado. 

Como citamos ao longo do artigo, a linguagem inclusiva se caracteriza pela adaptação das falas e textos visando incluir todos os grupos. Nessa linguagem não há alterações do idioma e nem em suas regras gramaticais. 

Por sua vez, a linguagem neutra está baseada na modificação ou criação de palavras novas. A ideia é quebrar a tradição linguística. Não há um tipo de linguagem melhor ou pior entre os dois, são apenas estratégias distintas. A linguagem é adaptada (inclusiva) ou transformada (neutra), mas o objetivo é o mesmo, alcançar a plena inclusão.

Veja como implementar a linguagem inclusiva na sua empresa

A linguagem tem o poder de manter ou transformar os sistemas sociais. Nos últimos tempos, a diversidade é um dos principais motores de transformações sociais.  Então adotar abordagens como o da linguagem inclusiva é uma forma de se colocar em alinhamento com essa nova realidade. 

Para quem trabalha na sua empresa é fundamental se ver observado, valorizado e reconhecido. Por isso esse tipo de medida é tão importante para uma melhor gestão de pessoas. Abaixo você poderá conhecer mais sobre os tipos de linguagem inclusiva e como implementar.

Quais são os tipos de linguagem inclusiva?

A linguagem inclusiva possui uma grande variedade de formas e possibilidades de combinações a serem aplicadas no dia a dia de trabalho. O Português é um idioma complexo e dessa forma oferece inúmeras opções adaptativas com viés inclusivo. A seguir citaremos alguns dos tipos de linguagem inclusiva: 

Linguagem não-sexista: esse tipo de linguagem inclusiva não exclui nenhum dos diversos tipos de gêneros. 

Comunicação não violenta: é a comunicação feita com base na empatia

Linguagem antirracista e anticapacitista: consiste na linguagem que evita usar expressões racistas ou capacitistas (que fazem prejulgamento da capacidade das pessoas). 

Estratégias para aplicar os diferentes tipos de linguagem inclusiva

Abaixo você confere dicas pontuais de como aplicar o uso de linguagens inclusivas. 

1. Uso de coletivos e palavras genéricas

A primeira estratégia que contribui para o uso de linguagem inclusiva é concentrar o uso de coletivos e palavras genéricas para se dirigir a um grupo. Por exemplo, ao invés de usar o termo “os jovens” é preferível usar o termo “a juventude”. Outro exemplo é dizer “classe política” ao invés de “os políticos”. 

2. Uso de pronomes

É importante se preocupar com o uso do pronome correto para se dirigir e fazer referência a alguém. 

3. Cuidado com o uso de adjetivos sexistas

Para evitar o uso de adjetivos sexistas, é interessante apostar no uso de expressões neutras e generalistas. 

4. Cuidado com estereótipos

Também é importante ter atenção para não usar adjetivos ou palavras que transmitam convenções sociais estereotipadas. 

Linguagem inclusiva: alguns cuidados que precisam ser adotados

No decorrer do artigo foi possível perceber que o conceito de linguagem inclusiva é bastante simples. No entanto, pode ser complexa a sua aplicação no dia a dia. É uma abordagem que diz respeito à identidade das pessoas. Dessa forma pode ser desafiador implementá-la nas empresas. 

Porém, o fato de ser desafiador não é motivo para não aplicar essa linguagem nas companhias. A dica é ter atenção a alguns detalhes importantes que apresentaremos abaixo: 

Não reduza identidades

É recomendado usar expressões genéricas e neutras, mas cuidado para não cair na armadilha de reduzir identidades. Não podemos incorrer no erro de simplificar as complexidades. 

Dissemine conhecimento

Mudanças no vocabulário dos colaboradores podem ser difíceis inicialmente, mas se tornará mais fácil se elas entenderem porque isso é necessário. 

Atenção ao “lugar de fala”

O uso da linguagem inclusiva demanda atenção especial para quem está falando e qual é o seu “lugar social”. As individualidades precisam ser reconhecidas e as histórias respeitadas, assim como as lutas de cada um. 

A linguagem inclusiva é um instrumento essencial para não excluir e nem diminuir nenhum grupo. Aproveite para compartilhar este conteúdo em suas redes sociais para passar o conhecimento adiante!

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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