Neurociência Cognitiva: A Ciência da Aprendizagem e da Educação

Neurociência A Neurociência estuda o sistema nervoso central, bem como as capacidades mentais do ser humano

A mente humana há anos é e continua sendo alvo de estudos e pesquisas, que têm como principais objetivos compreender suas nuances, seu funcionamento, suas interações, bem como as reações que tem, de uma forma geral, e que fazem com que cada indivíduo seja único em suas características e personalidade.

Memórias, pensamentos, ações, sentimentos, imaginação, linguagem, percepção, entre diversos outros elementos, que têm a sua origem na mente humana, são incansavelmente analisados, com o objetivo de entender porque reagimos de determinada forma a alguns estímulos e não de outras.

Neste contexto se encaixa a Neurociência e mais especificamente e Neurociência Cognitiva, que é tema principal deste artigo de hoje. Acompanhe-me nesta leitura e conheça um pouco mais sobre a ciência da aprendizagem e da educação.  

O que é Neurociência?

Nos últimos anos, inúmeros estudos foram realizados com o intuito de se entender, de forma mais assertiva, as atividades cerebrais e como as mesmas influenciam no comportamento humano. E é justamente nesse contexto que se encaixa a Neurociência.

Ela corresponde à área que estuda o sistema nervoso central, bem como suas funcionalidades, estrutura, fisiologia e patologias. Esse sistema é responsável por estruturar as atividades do corpo humano, sejam elas voluntárias ou não.

De forma resumida, as experiências e a maneira como o ser humano lida com as mesmas, afetam seu cérebro e seu desenvolvimento. Nesse sentido, a neurociência diz respeito à inteligência, aos sentimentos, à capacidade de tomar decisões, além de gerar entendimento sobre o funcionamento do sistema nervoso e como agir sobre ele.

Para que todo este estudo seja realizado, os cientistas levam em consideração os processos a nível cognitivo, ou seja, como o ser humano adquire conhecimento (seja por meio da atenção, da associação, da memória, da imaginação, do pensamento, da linguagem, entre outros), através dos cinco sentidos, resultando assim, em seu desenvolvimento intelectual, comportamentos, interações e adaptação ao meio.

O que é Neurociência Cognitiva?

Dentre as subdivisões da Neurociência, uma delas é a Neurociência Cognitiva, ela tem como foco, o estudo a respeito das capacidades mentais do ser humano, como seu pensamento, aprendizado, inteligência, memória, linguagem e percepção.

Com base nisso, as sensações e a percepção do indivíduo são o que norteiam os estudos da Neurociência Cognitiva, ou seja, como uma pessoa adquire conhecimento a partir das experiências sensoriais a que é submetida; uma música, um aroma, o gosto de uma comida, uma imagem ou uma sensação corporal, tudo isso engloba as experiências sensoriais e são elas as responsáveis por captar os dados do ambiente e levá-las ao cérebro.

Verifica-se então, que a Neurociência Cognitiva não diz respeito apenas ao sistema nervoso, como também, como as experiências sensoriais adquiridas ao longo da vida são processadas pelo no cérebro e são transformadas em conhecimento.

Como a Neurociência pode ajudar no aprendizado

Você já parou para pensar em como o cérebro processa as informações que recebe? Em como tal ação reflete no aprendizado e na vida como um todo? É justamente através da Neurociência que tais perguntas podem ser respondidas, pois seus estudos compreendem como uma pessoa processa as informações adquiridas pelo ambiente e as transforma em aprendizado. A partir daí, é possível definir estratégias assertivas de ensino, o que garante à pessoa, uma melhor absorção do conteúdo.

Confira algumas áreas em que a Neurociência pode auxiliar no aprendizado:

Emoção

A inteligência humana está intimamente ligada à emoção, ou seja, o aspecto emocional interfere na nossa cognição: quanto mais um evento contenha emoção, mais a pessoa se lembrará dele e isso afeta na obtenção de conhecimento (de forma positiva ou negativa).

Nesse sentido, a emoção da pessoa precisa ser instigada (quando ela for positiva) ou desestimulada (quando ela for negativa), para que o desenvolvimento intelectual não seja prejudicado.

Motivação

A motivação é o que fomenta o aprendizado, quando a pessoa se depara com uma interferência positiva, isso mobiliza a atenção da mesma, o que gera a motivação. Da mesma forma, se o indivíduo encontra uma tarefa muito difícil, sua mente se frustra e ele acaba desmotivado, e isso interfere na sua aprendizagem.

A pessoa deve então, no decorrer do desenvolvimento intelectual, não apenas entrar em contato com inúmeros conteúdos, como também, realizar atividades que despertem a sua curiosidade, proponham desafios e a motivem.

Atenção

A atenção é fundamental para que o conhecimento seja adquirido, pois o sistema nervoso só absorve a informação quando a pessoa está atenta a mesma. O indivíduo presta atenção em alguma coisa, quando aquilo é entendido, ou seja, tem significado.

Nesse sentido, a falta de atenção muitas vezes não ocorre por indisciplina, mas sim, por falta de estímulo. Por conta disso, para que a pessoa dê atenção a uma informação, a interação entre a mesma e o indivíduo precisa ocorrer.

Socialização

As experiências sociais do ser humano e o ambiente ao qual ele está inserido, formam a sua cognição, ou seja, o cérebro se modifica e se desenvolve durante a vida. Através da socialização, é possível que a pessoa consiga aprimorar a sua linguagem verbal e não verbal, interaja com outras pessoas, reconheça e expresse emoções, exerça suas potencialidades e tenha empatia.

Memória

A memória se dá através de repetições, quando a pessoa decora uma informação e através de associações, quando existem vínculos e relações com o conteúdo. Nesse sentido, o ato de aprender não ocorre apenas quando se grava informações, mas também, quando o conteúdo afeta a pessoa. Com isso, o indivíduo deve identificar pontos de ancoragem para que o conteúdo aprendido tenha sentido e fique na sua memória.

Neurociência Cognitiva aplicada à sala de aula

Conforme pudemos acompanhar até aqui, a Neurociência Cognitiva tem grande influência sobre o aprendizado. Neste sentido, convido você a continuar a leitura, para entender de que forma ela pode ser aplicada em sala de aula, efetivamente e na prática, e, assim, contribuir para uma educação cada vez mais de qualidade para todos. Confira!

Atue na criação de memórias de longa duração

Dentro de sala de aula o professor, instrutor, treinador, entre outros profissionais responsáveis por transmitir conhecimentos a um grupo de pessoas, têm fundamental importância neste processo. Assim, sabendo utilizar as ferramentas e estratégias corretas, como é o caso da Neurociência Cognitiva, as chances de obterem sucesso, no sentido de ajudar o indivíduo a aprender mais e melhor, são ainda maiores.

É o caso da memória no processo de aprendizado. Tanto alunos quanto professores, ainda acreditam que para aprender é preciso recorrer ao famoso processo de “decoreba”. Entretanto, quando recorremos à criação de memórias de longa duração, ou seja, daquelas que façam sentido para o indivíduo, este desenvolve a capacidade de encontrar soluções criativas e inovadoras para resolver suas questões em sala de aula, o que lhe permite, inclusive, a possibilidade de ir além e transformar a realidade e o mundo ao seu redor.

Modificação cerebral pelo aprendizado

Como eu disse no início, muito se tem estudado e pesquisado sobre o funcionamento cerebral, com o objetivo de entender os mais diversos mistérios que rodeiam a mente humana. Neste sentido, em pesquisas realizadas em laboratório, chegou-se à conclusão que, por meio do aprendizado obtido e das experiências vividas, o cérebro sofre transformações efetivas e verdadeiramente positivas.

Assim, o essencial a ser feito em sala de aula é transmitir conhecimentos e informações através de experiências, que, consequentemente, vão permitir ao aluno aproveitar cada vez melhor o aprendizado obtido, já que, com isso, o seu cérebro será positivamente modificado, tornando-o ainda mais funcional, com novos padrões de organização em nível celular.

Você conhece o conceito de Programação Neurolinguística? Assista meu vídeo e entenda sua importância.

Transformar o aprendizado é o melhor caminho

Como eu disse, com o passar do tempo, as salas de aula, bem como a educação de maneira geral, passaram por transformações, que precisam ser acompanhadas por todos que fazem parte deste universo, para que assim o ensino se torne verdadeiramente efetivo e traga resultados extraordinários para a vida de professores e alunos.

Assim, é essencial que transformações no ensino sejam realizadas desde os primeiros anos de sala de aula do aluno, uma vez que já se tem comprovação científica de que as crianças conseguem compreender com maestria e excelência princípios básicos de biologia, dos números, entre muitos outros conhecimentos, que os acompanharão ao longo de toda a sua vida escolar.

Diante disso, repensar a educação e os currículos escolares, introduzindo conceitos e práticas inovadoras em sala de aula, desde a infância, permite um aprendizado de qualidade, que permita a formação de um indivíduo intelectualmente desenvolvido.

Todos têm capacidade de aprender

Algo que aprendi em meus estudos sobre Neurociência é que o cérebro é plástico, ou seja, ele tem a grande capacidade de criar novas conexões neuronais ao longo de toda a vida de um indivíduo.

Diante disso, entendemos que toda pessoa é dotada da capacidade de aprender, de absorver novos conhecimentos e transformar tudo isso em práticas, que capazes de trazer grandes diferenças para o mundo ao seu redor.

Assim, é fundamental que professores assumam o papel de orientadores dos alunos, dando-lhes autonomia para aprenderem cada vez mais, mostrando-lhes que são dotados de grande capacidade e inteligência, podendo estas serem aprimoradas constantemente, algo que vai aumentar ainda mais a sua vontade de aprender, bem como a sua autoestima, tanto dentro quanto fora de sala de aula.

Faça-os optar pela atenção, concentração e foco

Outra coisa que a Neurociência me ensinou é que manter a atenção e o foco voltado para algo é uma escolha que o indivíduo faz e não algo inato de alguns, que outros não possuem.

Entendendo isso, professores, treinadores, entre diversos outros multiplicadores de conhecimento, devem estimular seus alunos a manterem-se concentrados no conteúdo, despertando o seu interesse genuíno pelo o que está sendo transmitido em sala de aula.

Fazendo isso, as chances de que mantenham o foco e que não se distraiam facilmente com o que quer que seja que esteja passando em sua mente, aumentam de forma significativa, facilitando, assim, o surgimento de resultados verdadeiramente positivos para todos os envolvidos nos processos de aprendizado.

Com o tempo, você vai perceber que eles mesmos vão escolher estar concentrados, ao invés de distraídos.

A Neurociência Cognitiva tem como objeto de estuda a compreensão, na prática, sobre como a nossa mente processa as informações, como isso possibilita aprender, desenvolver e acumular conhecimentos e aperfeiçoar as múltiplas inteligências. Essa consciência dos pontos fortes e de limitação é fundamental no processo de ensino, uma vez que possibilita desenvolver modelos de aprendizado que levem em conta o processo cognitivo de cada um e com soluções adequadas a cada pessoa.

Neste sentido, é essencial que professores e demais educadores interessem-se cada vez mais pelos estudos neurocientíficos, pois, conforme pudemos acompanhar ao longo de todo este conteúdo, a Neurociência, principalmente a Cognitiva, tem o grande poder de contribuir, efetivamente e na prática, para que transformações aconteçam, tanto em sala de aula, quanto na educação de uma forma geral.

Implementando estes processos de melhoria na educação em nosso país, teremos a chance de ver a nossa sociedade verdadeiramente transformada, com muito mais consciência e chances de construir um mundo muito melhor para todos.

Pense e invista nisso!

Gostou do conteúdo? Já conhecia o conceito de Neurociência Cognitiva e a sua influência sobre o nosso aprendizado? Deixe um comentário, me dizendo o que achou e lembre-se sempre de se lembrar de nunca esquecer de continuar nos acompanhando, pois diariamente trazemos novos conteúdos, que vão te ajudar em seu desenvolvimento pessoal, profissional e empresarial.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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