Empresas que quase faliram e se reergueram: conheça a história da Fersol

Falência História de empresa que foi a falência mas se reergueu

 

O que você faria se um consultor olhasse para você após uma análise criteriosa e dissesse que sua empresa está morta? Como lidar com essa situação? Enquanto alguns gestores optam por decretar falência, outros buscam uma segunda opinião na esperança de ouvir uma avaliação mais otimista. A decisão de Michael Haradom foi bem diferente: fundador e presidente da Fersol Indústria e Comércio, Haradom conseguiu reerguer a empresa e driblar a crise. Saiba como ele fez isso a seguir:

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A origem da Fersol e o início da crise

Michael Haradom fundou a Fersol juntamente com um amigo, em 1975. No começo, a Fersol era apenas uma importadora de defensivos agrícolas e, em 1983, a empresa passou a produzir estes produtos. O mercado era bem promissor e até 1990, época em que a Fersol vendia 30 milhões de dólares. A fábrica da Fersol, localizada na cidade de Mairinque (SP), foi adquirida ainda na década de 1980.

Com o intuito de expandir os seus negócios, a Fersol adquiriu a Estação Fazenda Experimental de Itapetininga (SP), equipada com laboratórios, maquinários agrícolas e um aparato completo para testes de produtos. Na época, o mercado de defensores agrícolas movimentava 1 bilhão de dólares.

A chegada do Plano Collor (conjunto de medidas econômicas implantadas pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo) abalou as estruturas econômicas de várias empresas, e com a Fersol não foi diferente. O Plano desestabilizou as finanças da empresa e essa situação se agravou em 1995, após a chegada do Plano Real. A Fersol fechou o ano com uma dívida de 10 milhões de dólares.

Buscando uma saída para esta crise, Michael Haradom contratou um consultor que, após realizar uma avaliação criteriosa, disse que a Fersol estava morta. A empresa não tinha condições financeiras e estruturais para implantar nenhuma das soluções apresentadas pelo consultor, e sua única alternativa era decretar falência.

Como a empresa conseguiu se reerguer?

Na época em que enfrentava a crise, a Fersol tinha pouco mais de 60 colaboradores em seu quadro de funcionários. Numa atitude ousada, Haradom se reuniu com todos os colaboradores e mostrou a eles a real situação da empresa, pedindo ajuda. Alguns optaram por ir embora, enquanto outros decidiram ficar e ajudar. Aos que ficaram, Haradom garantiu que haveria recompensas.

O próximo passo foi reavaliar os salários, incluindo a quantia que era retirada mensalmente por Haradom. Como a maioria dos colaboradores optou por ficar, foi preciso analisar as competências e habilidades de cada um para designar novas tarefas. E, para a surpresa de Haradom, foi identificado que muitos colaboradores não sabiam ler ou escrever. Para reverter este quadro, ele investiu em educação: após o expediente, o refeitório se transformava numa grande sala de aula.

A receptividade desta medida não foi positiva, e muitos colaboradores se negava a continuar estudando. Diante disso, Michael Haradom implantou uma política de incentivos financeiros para que os colaboradores tivessem maior interesse. O Programa de Incentivo a Educação funcionou da seguinte forma: todo colaborador que é estudante ganha um extra de 5% em seu salário. Aqueles que continuam os estudos após a conclusão do ensino médio recebem 10%.

Um outro passo importante na recuperação da Fersol foi o comprometimento de Michael Haradom em garantir que os seus colaboradores seriam recompensados de forma justa. E essa recompensa chegou em 2002, quando 30% das ações da empresa foram entregues aos colaboradores que tinham mais de dois anos de trabalho na organização. Com estas ações, os colaboradores ganharam voz e voto nas assembleias.

A soma da capacitação dos colaboradores à junção de forças em prol do mesmo ideal, aliando comprometimento e honestidade, foi essencial para que a Fersol saísse de uma possível falência e encontrasse estabilidade financeira. Muito mais do que acreditar que é possível reverter um quadro como este, acreditar na capacidade e lealdade dos colaboradores foi fundamental para a Fersol se restabelecer no mercado de defensivos agrícolas.

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Algumas lições importantes sobre o caso Fersol

A história da Fersol mostra o quão importante é confiar em quem trabalha nas empresas. Confiar e incentivar o crescimento dos colaboradores são fatores que fazem a diferença em muitas empresas e com a Fersol não foi diferente. Outra lição que é possível extrair desta história é o poder do reconhecimento. Uma empresa que reconhece os esforços de seus colaboradores só tem a ganhar e crescer. 

Avaliar os processos frequentemente é algo que vimos que fez a diferença na história da Fersol. Repensar o modelo de negócio e buscar novas formas para que a empresa siga foram fundamentais. Ter preparo para lidar com crises também é importante para que os danos das crises sejam minimizados.

Quantas empresas você conhece que faliram e souberam se reerguer? Este case da Fersol nos mostra o quanto a inovação faz a diferença na gestão — sobretudo em casos extremos. Utilize o espaço abaixo para nos contar a sua experiência e também a sua opinião sobre o assunto. Espalhe o conhecimento! Curta e compartilhe em suas redes sociais. 

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Copyright: Sergey Nivens / Shutterstock

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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