Ditadura da felicidade nas redes sociais: a falsa narrativa da alegria constante

Felicidade é algo que todo mundo busca. Mas para que essa felicidade seja genuína, ela não pode ser simulada. É isso o que tem colocado em xeque as redes sociais, ou melhor, o uso que as pessoas fazem delas. Será que as fotos e as declarações que vemos nesses sites de fato retratam a vida como ela é?

Na reflexão proposta por este artigo, convidamos você a analisar o seu uso das redes sociais e a compreender os efeitos das comparações e da chamada “ditadura da felicidade” dos ambientes digitais sobre a nossa saúde mental. Continue a leitura e saiba mais!

O lado bom das redes sociais

O propósito deste artigo não é, de maneira alguma, “demonizar” as redes sociais e obrigá-lo a abandonar esses portais. De fato, eles podem ser muito úteis e divertidos. São meios que a tecnologia nos oferece de estar mais perto das pessoas, mesmo que fisicamente elas estejam distantes. Isso nos permite manter relacionamentos vivos com os nossos amigos e familiares.

Mais recentemente, essas redes também se tornaram verdadeiras plataformas de conteúdo, por meio das quais podemos nos informar, nos divertir e seguir influenciadores e especialistas em diferentes assuntos.

Além do mais, também podemos utilizá-las para expressar o que pensamos, compartilhar os conteúdos que julgamos interessantes e publicar fotos dos nossos melhores momentos, como uma espécie de registro do nosso dia a dia. Podemos até mesmo ver as nossas mudanças e evoluções com base nesses registros.

A ditadura da felicidade

Quando as pessoas postam algo nas redes sociais, obviamente fazem um filtro, tornando públicos apenas os seus melhores momentos. É natural que seja assim, afinal de contas, ninguém vai divulgar as suas fotos quando estiver pagando contas, doente ou brigando com o namorado, não é mesmo? Em geral, as pessoas preferem exibir momentos mais alegres: viagens, shows, festas, beijos apaixonados, passeios com a família e com os amigos etc.

Não há problema em ser seletivo na hora de publicar esses momentos. O problema está nos efeitos mentais que essa seleção provoca. Ao entrarmos nas redes sociais, sobretudo se permanecermos por muito tempo nelas, podemos cair na ilusão de que a vida é composta apenas por esses momentos felizes, o que não é verdade.

Acabamos por reforçar no cérebro a ideia de que todo mundo é altamente feliz, profissionalmente realizado, saudável, em ótima forma e com uma aparência belíssima (lembrando que as redes apresentam diversos filtros estéticos). Todos estão viajando, apaixonados, harmônicos com as suas famílias, cercados de amigos e sem qualquer sombra de problemas. Isso não é verdade (ao menos não é toda a verdade!), e acreditar que a vida seja sempre assim é muito problemático.

Comparações e efeitos sobre a saúde mental

Vamos raciocinar um pouco sobre essa ditadura da felicidade. Você tem acesso a 100% dos seus pensamentos, sentimentos e vivências ao longo da vida. Alguns deles são bons, outros não. No entanto, nas redes sociais, você só tem acesso àquilo que os outros permitem que você saiba da vida deles, ou seja, somente ao lado bom da vida dessas pessoas. Portanto, qualquer comparação que façamos com base nas redes sociais será obrigatoriamente injusta.

É como se estivéssemos comparando o palco dos outros com os nossos bastidores; a alegria alheia com as nossas dores. Esse processo potencializa na nossa mente a falsa ideia de que só nós temos problemas, enquanto a vida dos outros é muito mais feliz do que a nossa. Novamente reforçamos: isso não é verdade!

Todo mundo tem problemas e momentos difíceis — as pessoas apenas escolhem não publicá-los. Aliás, se você observar as suas redes sociais, perceberá que também publica apenas os seus melhores momentos — o que pode levar as outras pessoas a também acreditarem que você não tem problemas. Perceba como esses “recortes” da realidade são problemáticos, pois eles não mostram a totalidade da vida, apenas os bons momentos.

Em outras palavras, não acredite em tudo o que você vê. Não chegue a conclusões sobre as vidas das pessoas apenas com base nessas pequenas e seletivas vitrines que são as redes sociais. Há diversos estudos que apontam que o uso excessivo desses sites, por conta dessa positividade tóxica, pode aumentar os riscos de depressão e ansiedade entre os usuários, sobretudo entre os mais jovens.

Fazendo um bom uso das redes sociais

Conforme citamos, você não precisa abandonar as redes sociais, mas é importante moderar o seu uso, de modo a proteger a sua saúde mental. Para essa finalidade, confira algumas dicas.

 

  • Estabeleça limites de tempo

 

Defina um momento do dia para você utilizar as redes sociais: pode ser na hora do almoço ou à noite, quando já tiver cumprido as suas obrigações. Uma dica bacana é usar aplicativos ou configurações do celular para monitorar o tempo que você passa nessas redes e não permanecer nelas além do seu limite diário.

 

  • Seja seletivo com quem você segue

 

Verifique a qualidade das informações das páginas/pessoas que você segue. Infelizmente, as redes sociais são muito “contaminadas” com pessoas que compartilham discursos tóxicos e informações infundadas, sem qualquer base ou fonte fidedigna. Além disso, se alguma página ou pessoa está fazendo com que você se sinta mal, deixe de segui-la. Mantenha apenas quem o inspira e o motiva.

 

  • Seja autêntico

 

Nas redes sociais, podemos ver pessoas que se esforçam para se encaixar em padrões. Isso não é saudável. Por isso, seja você mesmo, expresse as suas opiniões (de forma respeitosa) e não abuse de filtros estéticos. Não seja quem você não é. Mostre a sua essência, pois isso o fará mais feliz e ainda incentivará as outras pessoas a agirem dessa mesma maneira.

 

  • Fique atento aos seus sentimentos

 

O uso das redes sociais pode potencializar sentimentos negativos, como tristeza, ansiedade, ciúme, inveja, raiva, sensação de injustiça, solidão etc. Se você perceber que está vivenciando essas emoções negativas intensamente ou com muita frequência ao usar as redes, dê um tempo. Alguns conteúdos e interações podem ser prejudiciais à sua saúde mental, o que demanda um distanciamento.

 

  • Lembre-se de que a rede social é um recorte idealizado da vida

 

O que as redes sociais mostram não é a realidade total, mas apenas um recorte idealizado, isto é, a melhor parte da vida de cada um. Por isso, não acredite que as vidas dos outros sejam sempre essa maravilha que os sites o levam a crer. Eles têm problemas, tanto quanto você. Não se iluda. Se necessário, converse com um psicólogo para lidar melhor com as suas questões individuais que podem estar sendo agravadas pelo uso excessivo das redes.

As redes sociais não são obrigatoriamente tóxicas, mas o seu uso excessivo pode potencializar sentimentos negativos, por conta da ditadura da felicidade, das comparações e da falsa ideia de que só nós temos problemas — enquanto a vida do outro parece perfeita. Isso não passa de uma ilusão. Não acredite nessas ideias e procure limitar o tempo que você passa nesses sites. Viva a vida real e aproveite-a, mesmo sabendo que ela nem sempre é como gostaríamos!

E você, ser de luz, é uma vítima da “ditadura da felicidade”? Como têm sido as suas relações com as redes sociais? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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