Você defende com unhas e dente a sua opinião? É melhor tomar cuidado…

Defender opinião Defender sua opinião nem sempre é o certo

 

Quando alguém lhe diz que pensa de maneira distinta em relação a você, qual é a sua reação? Começa a articular inúmeros argumentos para tentar mudar a visão do outro ou se permite ouvir, considerando a possibilidade de ser você a mudar de opinião? Pessoas que não conseguem ouvir e conviver com opiniões fora do seu círculo de crenças dificilmente irão muito longe. É fundamental tomar cuidado com o pensamento de que somente você está certo.

Defender sua opinião ou estabelecer verdades absolutas?

Talvez você esteja pensando que apenas defende o seu ponto de vista quando alguém se coloca em oposição ao mesmo. No entanto, mesmo sem perceber, você pode estar investindo tempo e energia na construção e fortalecimento de verdades absolutas. Essas crenças, em algum momento, podem atrapalhar o seu desenvolvimento, impedindo que se posicione com assertividade diante de diferentes desafios.

Pessoas conhecidas por serem de difícil convivência, tendem a ser teimosas sobre os seus paradigmas, não acreditando na possibilidade de que as respostas dos outros possam ser mais corretas do que as suas. É preciso ter muito cuidado para não se fechar e impedir a entrada de novos conhecimentos e reflexões.

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Desenvolva a escuta poderosa

Inicialmente, parece altamente desafiador se abrir para os argumentos alheios, no entanto, com um pouco de prática, é possível tornar o processo simples. O ideal é desenvolver a chamada escuta poderosa, que nada mais é do que dedicar a sua atenção verdadeiramente, a fim de ouvir a argumentação do outro. Enquanto ouve o que a outra pessoa está dizendo, evite pensar a respeito de contra argumentações, seu objetivo não é refutar o ponto de vista alheio apenas compreendê-lo.

Antes de dar uma resposta ao que acabou de ser apresentado, tire um tempo para fazer uma reflexão a respeito. Permita que os argumentos sejam analisados de maneira lógica, sem o viés da emoção, da necessidade de defesa e da sua verdade que está arraigada em seu íntimo. Obviamente, você poderá discordar do que foi dito pela outra pessoa, mas até para ser contrário é essencial entender profundamente o tema exposto.

Faça uma autocrítica

Algumas pessoas já te disseram que você só ouve aquilo que é do seu interesse? Ouvir um feedback negativo não é algo fácil, mas deve ser usado como base para reflexão. Considere quantas vezes teve um problema em decorrência exatamente de não conseguir ouvir uma opinião contrária à sua. Manter-se incondicionalmente focado nas verdades forjadas em seu íntimo não contribuirá para o seu crescimento em relação ao mundo.

Você pode pedir para que algumas pessoas de sua convivência mais íntima expliquem o motivo pelo qual é difícil dialogar a respeito de alguns temas, quais são os argumentos a que se apega sem abrir a possibilidade de uma negociação. Esses argumentos preciosos são as suas verdades absolutas que devem ser sempre repensadas e renegociadas. Diga a si mesmo que você não sabe tudo e que sempre existe algo a ser aprendido com os demais.

Reconheça outros teimosos

Após reconhecer seus próprios traços de teimosia, é interessante passar a olhar com mais atenção para as pessoas que convivem com você. Um teimoso pode estar cercado por outros teimosos, algo que pode complicar o desenvolvimento de relações proveitosas em que são realizadas trocas de conhecimento e experiências entre as partes.

Identificando comportamentos de defesa de opiniões em detrimento de qualquer coisa, coloque-se à disposição desses indivíduos para conversar. Inicialmente, será uma tarefa bem desafiante, basta você pensar em quanto foi complicado mudar essa chave no seu íntimo. No entanto, é uma tarefa em que vale a pena empregar esforço. Basta pensar em como as relações ficam vazias quando as pessoas não falam sobre aquilo que as incomoda.

Duas pessoas fechadas para a opinião alheia não fazem uma troca verdadeira quando conversam, um indivíduo fala sobre aquilo que acredita e o outro rebate, apenas. Os dois se ofendem pelo fato de a outra parte não ter dado o devido crédito aos seus argumentos, então, no final de tudo, ambos vão embora e talvez nunca mais se vejam para uma nova conversa. Se as duas partes estivessem abertas a um diálogo verdadeiro, poderiam chegar a conclusões muito mais interessantes.

Sentir-se desconfortável é necessário

A principal lição que se pode tirar dessa reflexão sobre aceitar a opinião dos outros é que se sentir desconfortável em uma discussão faz parte da evolução. Nem todo mundo vai pensar como você e isso é ótimo. Se todas as pessoas tivessem a mesma visão sobre todos os assuntos não seria possível realizar debates e chegar a um terceiro caminho, que geralmente é bem mais razoável e permite que se saia dos extremos.

O problema é que são poucas as pessoas que se permitem viver essa sensação de desconforto. Ao receber um argumento contrário, muitos se ofendem, como se simplesmente ter uma ideia diferente da sua fosse um crime, e perdem a chance de vivenciar essa experiência por completo. Até a discordância tem algo a nos ensinar, então, não perca tempo fugindo dos embates de opinião, mantendo a guarda baixa para refletir sobre outros pontos de vista.

Defesa de opinião: chegando ao equilíbrio

Devo esclarecer que, ao longo deste artigo, não estou dizendo para que ninguém simplesmente abra mão de todas as suas opiniões e crenças, apenas para que desenvolva uma escuta poderosa em que consiga fazer ponderações. O ideal é alcançar o equilíbrio entre a defesa do seu ponto de vista e a assimilação de novos argumentos. Você não pode chegar em uma conversa estando completamente convencido de que sabe tudo e tem uma opinião mais relevante que a dos outros.

Estar aberto para um diálogo com a outra parte contribuirá para uma assimilação mais completa dos pontos abordados. Considere quais são os tópicos destoantes daquilo que acredita e reflita se faz sentido. Algumas vezes, você ainda se manterá acreditando que está certo, em outras, acreditará que está totalmente errado e, em muitos, casos terá uma nova opinião, o que é saudável e bastante positivo.

Estimule esse movimento de reflexão nas outras pessoas

Ao começar a fazer o movimento da reflexão em sua vida, você poderá influenciar outras pessoas. É interessante inspirar aqueles que estão à sua volta para que comecem a refletir sobre os pontos apresentados em conversas e, assim, chegar à novas conclusões. A maneira com a qual você conduz o diálogo com as outras pessoas pode se tornar um caminho para promover essa intensa mudança.

Quando alguém lhe apresentar argumentos com o peso de verdades absolutas, você pode perguntar “por que isso é assim?” ou “de onde você a sua certeza sobre esse fato?”. As perguntas devem instigar a reflexão sem que sejam, de qualquer forma, ofensivas. A ideia é fazer a outra parte pensar sobre a forma como constrói seus argumentos e, assim, promover uma desconstrução positiva e não uma discussão acalorada.

Discordar não é ofensa

A partir do momento em que todo mundo compreender que discordar de algum ponto de vista do outro não é uma ofensa pessoal, os debates serão muito mais enriquecidos. Você pode fazer a sua parte, passando a aplicar essa máxima na sua vida, segure aquele sentimento de chateação quando alguém demonstrar que não concorda com sua maneira de pensar sobre determinado tema.

Você irá discordar muitas vezes e de muitas pessoas ao longo da sua vida, então, é interessante não se ofender e não ofender a outra parte. Um hábito bastante negativo que alguns cultivam é o de buscar ofender o lado pessoal daquele de quem se discorda. O fato de alguém não concordar com a sua maneira de lidar com determinado tema, não lhe confere o direito de julgar questões pessoais que nada têm a ver com a discussão central.

Desviar o foco da temática para agressões pessoais, é uma maneira de deixar claro que seus argumentos são frágeis. Então, quando estiver em um debate com outra pessoa e quiser manter a defesa da sua opinião, apresente os argumentos com lógica e riqueza de detalhes. Assim, se promove uma troca de experiências e pontos de vista.

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Tudo bem mudar de opinião

Mudar de opinião é uma das maiores provas de que o ser humano é um ser pensante, a possibilidade de vislumbrar novos cenários faz com que os indivíduos possam refazer seus pensamentos mais profundos. Então, não tenha vergonha ou receio de dizer ao mundo que tem outra opinião sobre algum tema. Ficar apegado a um posicionamento somente para não estar errado é algo bastante negativo e que pode comprometer seu crescimento.

Ninguém é perfeito a ponto de estar certo em todos os momentos e em tudo aquilo que pensa, então, não há problema em acordar um dia com outra visão de mundo. Aliás, é muito bom ter outras opções para se dedicar. Aprender a ouvir os outros e, até mesmo, as suas mudanças internas faz com que se torne um indivíduo mais completo e pronto para promover ações muito positivas no mundo.

Você é do tipo que defende sua opinião com unhas e dentes? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe esse artigo com seus amigos em suas redes sociais, convidando-os para um debate saudável a respeito do assunto.

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José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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