O que significa virtude e qual sua importância em nossas vidas?

Virtude

“Virtude” é uma palavra bastante utilizada para caracterizar a busca humana por uma vida mais equilibrada e alinhada com o que há de positivo. Ser virtuoso é sinônimo de ser alguém com uma boa essência, um indivíduo que realiza boas ações motivadas por sua índole. Contudo, nem todo mundo conhece o significado dessa palavra e compreende o real impacto que ela apresenta para a humanidade.

Ao longo da história, diferentes personalidades, oriundas de diversas áreas do conhecimento, deram as suas definições para a palavra “virtude” e criaram listas com as virtudes essenciais para uma vida digna e feliz. Neste artigo, vamos nos aprofundar no estudo desse conceito, compreendendo algumas dessas definições, a importância das virtudes na atualidade e os exemplos mais conhecidos.

Além disso, vamos entender também como nós podemos ser mais virtuosos a cada dia. Ficou curioso? Então, continue a leitura a seguir e saiba tudo sobre o tema!

Afinal, o que é virtude e qual é a sua importância? Quais são as mais conhecidas?

O significado mais associado à virtude é o da excelência. Cultivar virtudes é crucial para o desenvolvimento de uma pessoa, pois é uma forma de estar disposto a praticar o bem. As virtudes se configuram em qualidades e hábitos capazes de levar alguém à excelência, ou seja, ao que há de melhor na condição humana. Entre as virtudes que se destacam estão: justiça, persistência, otimismo, humildade, bondade, compaixão, empatia, perdão, honestidade, disciplina e coragem.

O conjunto de virtudes de um indivíduo compõe a sua essência e forma o seu caráter. O oposto da virtude é o vício, ou seja, as características e hábitos que nos afastam da dignidade e da excelência. Para que fique mais claro, confira um exemplo prático: a generosidade é uma virtude, e o seu oposto, o egoísmo, é um vício. A paciência também é uma virtude, tendo como seu oposto a ira, um vício. Dessa forma, o ser humano que busca a excelência deve focar em desenvolver virtudes e evitar os vícios.

Com as definições que acima, fica mais simples entender de forma geral o que é virtude, mas será que o seu significado ficou perfeitamente claro? Uma forma simples de assimilar o significado de virtude é compreendê-las como sendo as qualidades capazes de fazer do ser humano um ser excelente.

Nesse escopo de percepção, as virtudes não ficam restritas somente ao âmbito moral, mas também ao de sabedoria. O indivíduo deve promover uma busca por aquelas que fortaleçam a sua moralidade e que melhorem a sua compreensão do mundo que o cerca. Uma pessoa que se mostra injusta, desleal e desonesta não é uma pessoa virtuosa, contudo, é necessário ter um foco nas virtudes que refletem os valores mais importantes para você, a fim de determinar o que é ser virtuoso para você.

Quais áreas do conhecimento estudam as virtudes?

Antes de qualquer coisa, é preciso ressaltar que não há uma lista única e definitiva de virtudes humanas. Porém, elas podem ser divididas em três áreas de interesse humano, que são: Filosofia, Religião e Psicologia.

Virtudes na Filosofia

A palavra “virtude” deriva do termo grego aretê e se refere ao conceito de excelência. As chamadas Virtudes Cardeais foram definidas por Platão no livro IV da República e são: prudência (sabedoria), justiça, temperança e fortaleza (coragem, força). O texto diz que essas são as virtudes centrais do ser humano.

Seguindo o trabalho do seu mestre Platão, Aristóteles definiu uma lista maior de virtudes, dividindo-as em duas categorias: virtudes morais (referentes ao caráter) e virtudes intelectuais (referentes à sabedoria). No primeiro grupo, aparecem virtudes como a calma e a temperança, enquanto no segundo aparecem a sabedoria e a compreensão de mundo.

Aristóteles explicou que, quando uma pessoa fala a respeito do caráter de outra, tende a usar adjetivos como calmo e temperante, sem mencionar o quanto esse indivíduo é sábio. No entanto, a sabedoria também pode ser louvada quando se configura como resultado de um hábito, e, se um hábito é louvado, logo, ele é uma virtude. Atualmente, a filosofia estuda as virtudes morais pela linha da “Ética das Virtudes” e as virtudes intelectuais pela “Epistemologia da Virtude”.

A máxima de que “a virtude está no meio”, muito utilizada até os dias atuais, tem a sua origem na obra de Aristóteles. O filósofo dizia que a virtude é o meio-termo entre o muito e o pouco. Um bom exemplo disso é a coragem: uma virtude que fica entre dois extremos, a imprudência (muito) e a covardia (pouco), sendo que ambos são vícios.

Aquele que é corajoso não se arrisca sem um bom motivo, mas também não fica estagnado pelo seu medo. A virtude é o que está no meio do caminho entre dois vícios. É importante, contudo, lembrar que mesmo que esse conceito se aplique a diversas virtudes não atende a todas.

Virtudes na Religião

A Igreja Católica somou às 4 virtudes cardeais de Platão (fortaleza, prudência, temperança e justiça) 3 que são teológicas (fé, caridade e esperança). Assim, foi possível chegar às chamadas “7 Virtudes Cristãs”. A Bíblia tem um trecho em Gálatas 5:22-23 no qual é dito que as virtudes são frutos do espírito e que contra elas não existe nenhuma lei. 

Outras religiões também têm as suas próprias listas de virtudes, como o Hinduísmo, o Taoísmo, o Budismo e o Islamismo. Quando comparadas, as listas tendem a ser muito semelhantes de uma religião para outra. Nesse âmbito, o conceito de virtude consiste nas qualidades que, segundo cada tradição, todo ser humano precisa adquirir e desenvolver. Isso permitirá que o seu espírito tenha um bom destino, inclusive após o fim da sua vida na Terra.

Virtudes na Psicologia

A psicologia também passou a olhar para as virtudes como importantes elementos do desenvolvimento humano, sobretudo por meio do seu ramo denominado “Psicologia Positiva”.

Nesse sentido, considera-se que as virtudes estão diretamente ligadas à descrição do caráter de um indivíduo. Martin Seligman e Christopher Peterson, os desenvolvedores desse ramo de estudo, listaram 24 forças que estão divididas em 6 grupos de virtudes, que são: Temperança, Sabedoria, Coragem, Humanidade, Justiça e Transcendência. A ideia das virtudes nesse campo é estimular cada indivíduo a encontrar o seu potencial máximo, alcançando o bem-estar nas diferentes áreas da vida.

Quais outras listas de virtudes já foram elaboradas na história?

Ao longo do tempo, muitas outras listas de virtudes também foram concebidas na Grécia Antiga, no Império Romano, na Idade Média e na Idade Contemporânea. Líderes religiosos, políticos, filósofos, artistas e escritores criaram as suas definições sobre o que significa ser uma pessoa virtuosa, conforme a cultura e a época em que viveram. Confira alguns exemplos a seguir.

  • Virtudes romanas: não foram só os gregos que desenvolveram uma lista de virtudes. Os romanos escolheram 19 itens para compor o perfil de um homem virtuoso. Respeito, prudência, verdade, igualdade, alegria, liberdade, paciência, modéstia, esperança e coragem são alguns exemplos.
  • Psicomaquia de Prudêncio: na Idade Média, uma lista de virtudes de grande sucesso era a que aparecia no poema épico “Psicomaquia”, do escritor romano cristão Prudêncio. A ideia era apresentar 7 virtudes que combateriam os 7 pecados capitais. Para a ira, havia a paciência. Para a avareza, a caridade. Para a gula, a temperança. Para a preguiça, a diligência. Para a vaidade, a humildade. Para a inveja, a bondade. Para o paganismo, a fé.
  • As virtudes de Benjamin Franklin: figura de grande relevância na história estadunidense, Benjamin Franklin elaborou uma lista com 13 virtudes, que considerava fundamentais para o desenvolvimento de uma pessoa: moderação, resolução, silêncio, humildade, tranquilidade, ordem, temperança, frugalidade, justiça, indústria (proatividade), sinceridade, castidade e limpeza.
  • O livro das virtudes: um livro que se tornou popular dentro dessa temática foi “O Livro das Virtudes”, de William Bennett, que foi secretário de estado dos Estados Unidos. Nesse livro, são apresentados contos que explanam sobre diversas virtudes. É uma boa leitura para quem deseja uma abordagem com mais leveza, inclusive com recomendação para crianças. Traz o conhecimento de que nem sempre algo que é imprescindível para você também será para outra pessoa, e vice-versa.

É possível que alguém se torne mais virtuoso? Como?

A resposta para esse questionamento é sim, porém, antes de iniciar a sua busca pelo seu desenvolvimento como pessoa, é necessário compreender quais são as virtudes realmente relevantes para a sua vida. Defina quais são os valores imprescindíveis para a sua felicidade e para estabelecer uma convivência mais harmoniosa com as pessoas que o cercam. É por isso que tudo começa com o autoconhecimento.

As definições e exemplos de virtudes apresentados ao longo deste artigo podem servir de base para que você estabeleça o seu próprio caminho para se tornar alguém virtuoso. Não há uma resposta certa ou um único caminho a ser seguido. Então, reflita bastante sobre esse tema antes de tomar uma decisão. Com as virtudes relevantes para você definidas, basta ocupar-se de concretizá-las, tornando-se, por consequência, um ser humano melhor.

Você pode ler mais sobre o assunto, estudar sobre as áreas do conhecimento que abordam o tema das virtudes (religiões, psicologia e filosofia) e seguir o exemplo das pessoas que você considera virtuosas. O importante é adquirir conhecimento e colocá-lo em prática no seu dia a dia.

Quais são as armadilhas desse caminho?

Nesse caminho para definir quais são as virtudes que você deve desenvolver, é muito importante evitar perder a linha de raciocínio. Nem toda virtude vai necessariamente se relacionar a um traço positivo de caráter. Ser focado nas atividades que você realiza, pode ser entendido como uma virtude, mas não necessariamente o seu oposto representa uma falha de caráter.

Nesse sentido, há também a inteligência, que já foi adicionada à lista de virtudes, como a dos gregos, mas que não tem um viés de falta de caráter na sua falta. Bom diálogo também é uma virtude, mas não saber estabelecer uma comunicação eficaz não é necessariamente um traço de alguém indigno de confiança. 

No momento de elaborar a sua lista, portanto, você não deve se apegar somente aos tópicos relacionados com ser uma pessoa nobre e justa. Considere elementos cruciais para uma vida tranquila e harmoniosa.

As virtudes são universais?

Não há uma lista de virtudes universais, sendo importante encontrar aquelas que o ajudarão a tornar a sua vida mais feliz e a ser um indivíduo mais preparado para o mundo. Elas também devem funcionar como um mecanismo para conectá-lo às outras pessoas de maneira positiva, contribuindo para melhores resultados nas suas relações.

As virtudes podem variar de acordo com a cultura e com a época de cada sociedade. Podem variar até mesmo de indivíduo para indivíduo. No entanto, alguns valores podem ser considerados universais, como o respeito e a honestidade.

Virtudes plenamente satisfatórias são aquelas que têm um bom reflexo nas pessoas que o cercam. São qualidades e capacidades que fazem de você uma pessoa melhor para os seus amigos, familiares e até para os desconhecidos que cruzarem o seu caminho.

E você, ser de luz, se considera uma pessoa virtuosa? Quais são as suas principais virtudes? O que você faz para desenvolvê-las e colocá-las em prática no dia a dia? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

José Roberto Marques

Sobre o autor: José Roberto Marques é referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo os métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ . Além disso, é autor de mais de 50 livros publicados.



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